INCLUSÃO

Diagnóstico de Autismo na vida adulta “é mais comum do que parece”, diz psicóloga

Rafaella Massa
Publicado em 15/10/2023 às 17:51
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Letícia Sabatella descreve como libertador o diagnóstico de autismo (Foto/Reprodução)

Letícia Sabatella descreve como libertador o diagnóstico de autismo (Foto/Reprodução)

Estimativas apontam que cerca de dois milhões de brasileiros sejam diagnosticados com Transtorno do Espectro Autista (TEA) no Brasil. Entre os casos, estão os de adultos que identificaram a doença tardiamente, porém, a tempo de iniciar um tratamento e garantir melhoria na qualidade de vida.  

Segundo a psicóloga Priscila Brito, a situação é “mais comum do que parece”. Ela explica que a estigmatização da doença causa a impressão de que o autista tenha determinadas características, ignorando os graus e níveis do espectro.  

“Muitas pessoas têm em pensamento o autismo como aquela condição limitante, onde a pessoa não vai ter uma vida funcional, e nem sempre é assim. Muitos autistas de baixo suporte, de nível um, por exemplo, conseguem levar uma vida ‘normal’. Com seus prejuízos, mas conseguem ir se adaptando a tal ponto de conseguir ter uma vida profissional, de ter relacionamentos, de conseguir se profissionalizar, tudo normalmente”, explica.  

De acordo com a psicóloga, o autismo se manifesta em cada pessoa de uma forma. Portanto, não são todas as pessoas que têm as mesmas características, limitações e sintomas.  

Recentemente, o caso da atriz Letícia Sabatella chamou a atenção da mídia. A atriz descobriu aos 52 anos o diagnóstico de autismo nível um. Ao programa “Fantástico”, Sabatella relatou desafios que passou durante a infância, devido à falta de diagnóstico. Entre eles, dificuldade pra se enturmar na escola, de como às vezes se sente incompreendida e do incômodo com o barulho.  

Conforme Priscila Brito, o período sem identificação do transtorno pode ser árduo ao paciente, o que faz a identificação da TEA e o acompanhamento pós-identificação ainda mais importante. “Pós identificação, com profissionais especializados, o que é muito importante, o tratamento se faz necessário para que a pessoa consiga desenvolver habilidades e recursos para estar mais ‘inteira’ no mundo. Porque, por exemplo, quando a gente pensa no caso da Letícia Sabatella, a gente às vezes pensa assim: ‘Nossa, mas como foi, todo esse tempo sem tratamento?’. Provavelmente, com muita estranheza e sofrimento, porque ela não tinha o diagnóstico, então não teve acompanhamento”, analisa Brito.

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