SAÚDE

Diagnóstico de sífilis em Uberaba é quase três vezes maior que de HIV/Aids

Levantamento mostra um salto de novos diagnósticos da HIV/Aids em 2016; foram 437 casos

Marília Mayer
Publicado em 28/12/2019 às 09:01Atualizado em 18/12/2022 às 03:07
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Maria Clara de Vasconcellos explica que houve uma mudança pelo MS em que os municípios passaram a diagnosticar HIV/Aids de maneira diferente

Enquanto Minas Gerais teve um crescimento de 112% nos registros de Aids em duas décadas, Uberaba segue na contramão e teve aumento tímido da doença ao longo dos anos, visto os dados federais e estaduais.

Balanço repassado pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) mostra que de 2014 a 2019 foram documentados, em média, 211 casos por ano. O número representa um aumento de 20 novos doentes por HIV/Aids por ano na cidade.

A gerente do Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) do município, Maria Clara de Vasconcellos, atribui esse resultado relativamente positivo às campanhas feitas pelo departamento.

“Nós temos um serviço de prevenção que abrange empresas, escolas, onde nós falamos sobre a necessidade do uso do preservativo e realizamos as sorologias para as pessoas conhecerem o seu status rapidamente e não transmitirem para outras”, diz.

O levantamento mostra um salto alarmante de novos diagnósticos da Doença Sexualmente Transmissível (DST) em 2016. Foram 437 pessoas diagnosticadas no período, enquanto no ano anterior, em 2015, foram 98.

O pico é atribuído a uma mudança imposta pelo Ministério da Saúde em que os municípios passaram a diagnosticar HIV/Aids de maneira diferente.

“Até 2015 só se fazia notificações de Aids, não era obrigatório em HIV, porque tem uma diferença. A partir de 2016, nós fizemos as notificações de HIV também”, esclarece a gerente do CTA.

Ano

Adultos

Gestantes

Crianças

2014

64

12

2015

98

22

2016

437

20

11

2017

292

18

2018

214

17

2019

164

16

Total

1269

105

14

A diferença é que pessoas com HIV são portadoras do vírus, mas não vivenciam as doenças oportunistas da Aids.

Atualmente, a sorologia é feita no Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), Mário Palmério Hospital Universitário e Hospital de Clínicas da UFTM.

Sífilis, namoro e sexo sem camisinha

A confiança conquistada em relacionamentos duradouros e/ou paixão cega de novos namoros costumam resultar em irresponsabilidade na hora do sexo. Essa união tem sido uma das responsáveis por aumentar – e muito – o número de diagnósticos de sífilis em Uberaba, na avaliação de profissionais da área da saúde.

Somente de janeiro a setembro deste ano, 474 pessoas foram diagnosticadas com a Doença Sexualmente Transmissível (DST). O crescimento anual de pessoas infectadas preocupa a gerência do Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) da Secretaria Municipal de Saúde.

Os homens são a maioria dos pacientes. Enquanto que do total, 62 mulheres estão gestantes. 

Número por trimestre

Homens

Mulheres

Janeiro a Março

106

73

Abril a Junho

94

42

Julho a Setembro

95

64

Total

295

179

“Não é que seja uma epidemia, mas tem aumentado e isso deve-se ao fato que a pessoa começa a ter um relacionamento, acha que está sério e deixa de usar o preservativo, por mais que a gente fale. Como a sífilis é de fácil transmissão, as pessoas estão se contaminando mais. A gente alerta que a sífilis é tratável, mas, se a pessoa não procurar o tratamento correto também traz sérios problemas, tanto quanto o HIV”, afirma Maria Clara de Vasconcellos. 

No CTA, localizado na rua Marechal Deodoro, 166, bairro São Benedito, as pessoas podem fazer exames para diagnóstico de sífilis, HIV, Hepatite B e C, gratuitamente, e sem necessidade de encaminhamento médico.

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