Criança na internet (Foto/Arquivo JM)
O ano letivo já começou na rede municipal. Na rede estadual, o início das aulas está programado para esta segunda-feira (6). E “desligar” as crianças das telas é essencial para um que o ano letivo flua com tranquilidade.
É difícil tirar os pequenos da frente das telinhas durante o ano letivo. No entanto, essa “desintoxicação” do digital é necessária. Segundo o psicólogo Sérgio Marçal, o apego ao ambiente online é prejudicial para o aprendizado, nas relações sociais e no comportamento da criança.
“O celular é um grande problema, pois prejudica a construção de relações sociais e gera a falta do hábito de estudo, a falta de leitura. Também ocasiona a perda do contato com o livro físico, da capacidade de leitura, escrita e interpretação. É muito comum as crianças lerem e não interpretarem”, explica Marçal.
O psicólogo ainda alerta para a dependência que o alto consumo de tecnologia vem criando nas crianças. “A criança vai ficando cada vez mais horas exposta a todo tipo de tela e a tecnologia gera uma dependência neuroquímica de liberação de endorfina. A criança sente uma necessidade de estar conectada, pois sente prazer nisso. Então, cria uma dependência de tecnologia que vai engolindo os outros aspectos do desenvolvimento natural”, informa Sérgio Marçal.
Para mudar essa condição, não existe um grande segredo, remédio ou uma chave mágica. Na verdade, o processo é lento: é preciso estabelecer uma rotina. “Tudo aquilo que a gente faz efetivamente chegou ali através de uma construção, que passa pela repetição. Tudo aquilo que a criança faz se torna um hábito. Então, é importante que se construa um hábito saudável, uma rotina de vida estruturada e organizada, produtiva”, conta o psicólogo.
Isso envolve limitar o uso do celular e do computador. É necessário estabelecer horários para descanso, estudo, leitura e brincadeira.
Leia mais sobre o tema: Descontrole no uso de celulares e tablets aumenta casos de miopia infantil