Hospital Hélio Angotti recebe pacientes de câncer de 60 municípios mineiros e depende, muito, de doações para manter os atendimentos
O Hospital Hélio Angotti, que atende, mensalmente, milhares de pacientes de câncer de Uberaba e outros 59 municípios mineiros, tem sentido a queda no número de doações recebidas e que ajudam a manter os atendimentos. As contribuições para a instituição são obtidas de diversas formas: financeira, em produtos, por meio de eventos com renda destinada ao hospital, captação via telemarketing, entre outras. Foram registradas, em praticamente todas as formas, uma diminuição preocupante nos últimos meses.
De acordo com a coordenadora de Operações, Alessandra Andrade, que lida diretamente com setores de higienização e nutrição, o maior desafio é gerir a escassez de itens importantes como sacos de lixo, papel higiênico, copos descartáveis e produtos de limpeza. Ela ressalta que diariamente são servidas cerca de 500 refeições, sendo 15kg de arroz, 30kg de carne, 7kg de feijão, 6 unidades de óleo, todos os dias. Houve, em média, uma queda mensal de R$ 16.850,00 em 2021, para menos de R$ 3.500,00 no último mês.
Cerca de 500 refeições são servidas, todos os dias, no Hélio Angotti
O hospital consome, diariamente, mais de 2.000 mil unidades de copos descartáveis, 590 unidades de sacos de lixo, 90 unidades de papel higiênico, entre outros itens. Doação de itens de higiene, que em 2021, era em média, o equivalente R$ 8.300,00, sofreu uma redução para menos de R$ 1.700,00 nos últimos meses.
A analista de Recursos Institucionais, Tatiana Scandiuzzi, explica que algumas pessoas não estão mantendo as doações e acabam fazendo o cancelamento, indicando uma ligeira queda dos donativos via telemarketing. Segundo Scandiuzzi, entre os motivos mais apontados estão, em primeiro lugar, questões pessoais e em segundo, dificuldades financeiras. Ela ressalta que existem diversas formas de ajuda para o hospital, como débito em contas de água, energia e telefone, pelo 0800-340-6060 e por intermédio de conta corrente.
Diariamente, são utilizadas 590 unidades de sacos de lixos na instituição
O diretor-executivo do Hélio Angotti, Fernando Fernandes, declarou que a queda nas doações impactou, principalmente, no quesito de aumento constante no preço de medicamentos e outros insumos imprescindíveis para o tratamento dos pacientes. “Toda vez que nós deixamos de ter essa ajuda fundamental nossas contas ficam ainda mais no vermelho, pois o repasse que recebemos não cobrem nossos gastos mensais. Nosso hospital só não para porque ainda temos ajuda ”, ressalta Fernandes.
Segundo a Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas (CMB), mais de 700 dessas instituições filantrópicas têm dívidas acumuladas que chegam a R$ 10 bilhões com bancos por conta da defasagem dos contratos com o SUS. E essa não é uma realidade isolada. Em todo o Brasil, são 2.172 hospitais sem fins lucrativos, dos quais 1.704 atendem o SUS.