Você sabia que aquela dor no ombro que aparece durante a noite pode não ser apenas por conta do cansaço? É isso mesmo! Esse é um típico sintoma de tendinite. Isso porque quando a articulação está em repouso, o desconforto fica mais perceptível ao paciente e a dor se intensifica, já que músculos e tendões estão relaxados.
A tendinite é, justamente, um processo inflamatório que atinge um tendão, estrutura formada por fibras e responsável por conectar os músculos aos ossos. E que segundo os dados da Organização Mundial da Saúde acomete uma em cada 100 pessoas pelo mundo.
Em especial no caso do ombro, a articulação é a de maior amplitude de movimento do corpo humano, o que só é possível por estar sustentada por uma complexa rede de tendões e músculos. Ou seja, caso um desses tendões apresente uma inflamação, toda a região será afetada pela dor.
De acordo com o Dr. Layron Alves, ortopedista especialista em cirurgia do ombro e cotovelo e sócio da Clínica LARC, além da dor, a tendinite pode gerar outros sintomas como formigamento e dificuldade para levantar o braço acima da cabeça.
“Os pacientes geralmente esperam muito para procurar por auxílio médico, porque acreditam que a dor noturna é normal depois de um dia intenso de trabalho, então recorrem a uma consulta somente quando não conseguem mais realizar movimentos simples do dia a dia. A grande questão é que a tendinite não tratada pode tornar-se crônica e ocasionar alterações estruturais no tendão, que associadas a outras patologias podem levar à cirurgia”, explicou.
O mais importante é estar atento aos sintomas com dor intensa localizada na região que aparece de repente, dor que piora com o movimento, diminuição da força, inchaço, formigamento e dor acentuada durante o repouso. Caso o paciente apresente algum desses sintomas, o ideal é procurar um ortopedista especialista em ombro para receber o diagnóstico correto.
As pessoas mais afetadas por esse tipo de inflamação são aquelas que praticam movimentos repetitivos com os braços acima da cabeça, como nadadores, pintores, professores, atletas de arremesso e a maior parte dos trabalhadores braçais.
“As condições clínicas do paciente podem indicar que o ombro apresenta uma tendinite, mas é fundamental complementar a análise com uma ecografia para descartar outras patologias como ruptura do tendão e bursite. Esse exame permite ver com clareza alterações musculares e tendinosas. E, em outros casos, quando o paciente não responde ao tratamento inicial, o médico pode recorrer a uma ressonância magnética que vai revelar se existe uma lesão ou inflamação ainda mais profunda”, explica o especialista.