Os maus hábitos influenciam até mais do que fatores hereditários em alguns casos; 75% das crianças obesas viram adultos obesos
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Segundo especialista, os costumes da vida infantil podem atravessar o tempo e acompanhar o ser até à vida adulta
Pesquisas do Ministério da Saúde indicam que 12,9% das crianças brasileiras de 5 a 9 anos são obesas e 18,9% dos adultos estão acima do peso. Os números sobre a obesidade infantil são tão preocupantes que a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, em 2025, crianças obesas no planeta chegarão a 75 milhões.
De acordo com especialistas, os dados são um sinal vermelho e alertam que os maus hábitos, em alguns casos, contam mais do que a hereditariedade. Por isso, os pais devem estar atentos e precisam estimular os filhos a terem qualidade de vida.
“A criança que começa se alimentar mal vai ter prejuízos cada vez mais cedo, de ser uma criança adoecida pelos maus hábitos. Em função das doenças genéticas, a Medicina consegue controlar bem essas doenças, mas os maus hábitos só o indivíduo com acompanhamento vai conseguir melhorar”, esclarece o nutrólogo Eduardo Grisolia.
Ele conta que os costumes da vida infantil podem atravessar o tempo e acompanhar o ser até à vida adulta. Um estudo recente aponta que crianças acima do peso possuem 75% mais chance de serem adolescentes obesos e 89% dos adolescentes obesos podem se tornar adultos obesos.
“O que as pessoas precisam entender é que esse quadro mostra o cenário da mortalidade geral, porque começamos a criar um grupo de pessoas que começam a morrer mais cedo por conta das doenças do comportamento alimentar, como diabetes e hipertensão”, destaca o médico.
De acordo com o especialista, a receita para que os números mudem é a conscientização. “O comportamento dos pais influencia muito na vida da criança. Os pais são o espelho desse indivíduo, por isso, eles têm a responsabilidade de oferecer alimentos mais saudáveis e de estimular a atividade física”, conclui.