Segundo a OMS, aproximadamente 15% das pessoas com mais de 60 anos apresentam algum quadro de adoecimento mental
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O médico psiquiatra Alberto Dornelas esclarece que há casos em que quadro depressivo é confundido com quadro demencial
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), aproximadamente 15% das pessoas com mais de 60 anos apresentam algum quadro de adoecimento mental. Já o Centers for Disease Control and Prevention estima em 20% o número de idosos que apresentam algum tipo de problema relacionado a esse campo.
O médico psiquiatra Alberto Garcia Dornelas, destaca que nessa fase da vida, o adoecimento mental tem suas particularidades. A depressão no idoso, por exemplo, se apresenta com mais queixas somáticas, prejuízos cognitivos e sintomas psicóticos, quando se compara com a apresentação em outras faixas etárias. Por vezes, um quadro depressivo precede, se associa ou é até mesmo confundido com um quadro demencial.
A depressão acomete cerca de 4-5% dos idosos, porém, quando hospitalizados ou institucionalizados, o percentual chega a 30%. Revela que transtornos de ansiedade, declínio cognitivo e uso de drogas também são relativamente frequentes.
Sintomas de ansiedade frequentemente, segundo o especialista, se associam a receio do adoecimento físico, perda de autonomia e receio de abandono. Portanto, assegura ser importante estar atento ao envelhecimento para que ele ocorra de maneira saudável e ativa.
Dornelas enfatiza que à medida que se envelhece, novos desafios surgem: o corpo muda, os músculos não são tão fortes como antes, os cabelos embranquecem, surgem rugas, problemas de visão e audição se tornam relativamente comuns. Comenta que as transformações sociais acontecem aos poucos: caminha-se para a aposentadoria e, com ela, mudanças na rotina diária de vida se impõem. Os filhos, quando presentes, observa, estão crescidos e em processo de construção da própria história, o que, em boa parcela das situações, faz com eles fiquem distantes dos pais.