A vacinação das crianças entre 5 e 11 anos no Brasil já está em andamento. A médica pediatra e infectologista do Sistema Hapvida, Sílvia Fonseca, tira as principais dúvidas dos pais com relação à vacinação e garante que a vacina é realmente necessária para os pequenos. Confira:
1. A vacina é realmente necessária para crianças?
Sim. Apesar de que as crianças, em sua maioria, têm quadros mais leves da infecção pelo SARS-CoV-2, com o passar dos meses destes dois últimos anos, pudemos registrar um número expressivo de mortes em crianças também. No Brasil, de abril de 2020 a 27 de novembro de 2021, foram notificados 1.412 casos confirmados de síndrome inflamatória multissistêmica (SIM), uma condição grave que necessita de hospitalização e, muitas vezes, Unidade de Terapia Intensiva, temporalmente associada à Covid-19 em crianças e adolescentes de zero a 19 anos, sendo que 85 evoluíram para óbito (letalidade de 6%).
Não sabemos quantas crianças desenvolveram Covid longa, que é a manutenção de sintomas após quatro semanas da infecção aguda; estes sintomas podem variar de febre a cansaço, falta de concentração e falta de ar.
E, como a pandemia não dá tréguas, principalmente com o surgimento periódico de novas variantes muito transmissíveis, nossos pequenos estão em risco de terem Covid grave e Covid longa.
Outros aspectos importantes é que as crianças, mesmo pouco sintomáticas ou assintomáticas, podem transmitir a infecção para pessoas com fatores de risco (por exemplo, avós e bisavós), perpetuando o sofrimento das famílias.
Além disso, a vacinação da faixa etária entre 5 e 11 anos vai proteger as crianças menores que não podem receber a vacina e vai permitir que as crianças não fiquem doentes e possam participar da escola e demais atividades tão importantes para o desenvolvimento delas.
2. A vacina é realmente segura para crianças?
Sim. Antes das vacinas serem liberadas para crianças nos Estados Unidos, testes rigorosos de segurança foram feitos com a vacina da Pfizer, envolvendo milhares de crianças. Até agora, estima-se que pelo menos oito milhões de doses foram aplicadas em crianças desta faixa etária entre 5 e 11 anos, com efeitos colaterais brandos e nenhuma morte atribuída à vacina. A vacina CoronaVac, usada em muitos países, como a China e Chile, teve um efeito excelente na prevenção da doença, sem eventos adversos graves. Uma segunda análise do CDC tornada pública avaliou cerca de 700 hospitalizações por Covid-19 entre crianças e adolescentes nos EUA. A principal conclusão foi que entre 77,9% das crianças e adolescentes internados com Covid-19 aguda, apenas 0,4% dos pacientes em idade vacinável haviam recebido o esquema vacinal completo.
3. A vacina das crianças vai ser diferente da dos adultos?
Ela é feita da mesma maneira, usando esta segura tecnologia de “RNA mensageiro”, que permite que a vacina nunca se transforme em vírus vivo. Porém, tem doses menores, pois o sistema imune das crianças se mostrou muito eficiente para produzir anticorpos (91% de eficácia) mesmo com uma dose muito menor (cerca de 1/3 menor). Para não ter confusão, o frasco é diferente, com tampa de outra cor, e o Ministério da Saúde propõe locais diferentes para a vacinação das crianças, com agulhas apropriadas para o público infantil.
4. A criança pode parar de usar máscara depois de tomar a vacina?
Não. Assim como com os adultos, a máscara deve ser usada por todos, acima de 2 anos de idade, pois, mesmo vacinadas, as crianças ainda podem ter infecção mesmo que leve, mas transmissível. Importante ressaltar que as vacinas protegem contra a doença, que leva à hospitalização, necessidade de oxigênio, CTI e morte, mas não impedem completamente as infecções leves. Enquanto o vírus estiver circulando no mundo, temos que usar todas as barreiras possíveis: vacina, máscara, distanciamento social e álcool em gel.
5. A Covid-19 vai acabar um dia?
Esperamos que sim. Mas o mundo todo tem que estar vacinado. Infelizmente, temos notícias de que os países mais pobres não conseguiram imunizar a maioria da sua população e isso propicia uma grande replicação viral nos não vacinados e a possibilidade de variantes cada vez piores. Quando todos estivermos vacinados, a esperança é de que sim, que a Covid-19 seja apresentada somente em aulas de história.
Sobre o Sistema Hapvida
Com mais de 7,4 milhões de clientes, o Sistema Hapvida hoje se posiciona como um dos maiores sistemas de saúde suplementar do Brasil, presente em todas as regiões do país, gerando emprego e renda para a sociedade. Fazem parte do Sistema as operadoras do RN Saúde, Medical, Grupo São José Saúde, Grupo Promed, Premium Saúde, além da operadora Hapvida e da healthtech Maida. Atua com mais de 38 mil colaboradores diretos envolvidos na operação, mais de 15 mil médicos e mais de 15 mil dentistas. Os números superlativos mostram o sucesso de uma estratégia baseada na gestão direta da operação e nos constantes investimentos: atualmente, são 48 hospitais, 203 clínicas médicas, 49 prontos atendimentos, 176 centros de diagnóstico por imagem e coleta laboratorial.