Segundo o especialista em parasitologia da Uniube, professor Aldo Matos, esse aumento de barbeiros na região não tem envolvimento com a época do ano. “Desmatamentos e poluição têm provocado o avanço de espécies silvestres para áreas urbanas. A proximidade entre as residências e os seus locais naturais faz com que os barbeiros procurem outros focos de alimento. Antes eram roedores e animais, agora estão invadindo casas e mudando o comportamento de alimentação para sangue de seres humanos”. Barbeiros são insetos comuns. Matos afirma que a preocupação deve estar na mudança de comportamento de novas espécies de barbeiros que até então não são transmissores da doença de Chagas. “O Triatoma infestans, transmissor do parasita Trypanosoma cruzi, foi controlado com o trabalho de vigilância e, por isso, são raros dentro de casa. O problema é que quando uma espécie some, outra pode tomar o seu lugar e se transformar em transmissor”, alerta. “Encontrar barbeiros não é alarmante, o alerta deve ser para que os departamentos de vigilância epidemiológica continuem a fiscalizar as residências”. O importante é fazer a captura e o acompanhamento periódicos dessas espécies que estão sendo encontradas nas residências fiscalizadas. “A doença de Chagas está relativamente controlada no Brasil, mas o que podemos fazer é essa investigação de rotina e exames, que só vão ser alarmantes no caso de detectarmos algum inseto infectado”, completa o parasitologista.