Outro tratamento revelado no III Congresso de Cardiologia é para estenose da válvula aórtica, ou o estreitamento do orifício por onde o sangue sai do coração. Segundo o cardiologista e pesquisador do Incor e médico do Hospital Albert Einstein, Marco Perin, a grande novidade para o tratamento dessa doença está direcionada a idosos com risco de morte por cirurgia. “Aqueles pacientes acima de 80 anos que têm outras doenças iam para a cirurgia e mais de 60% morriam. Hoje também conseguimos colocar essa válvula através de cateterismo, sem nenhum corte no paciente”, destaca. Ele afirma que é um procedimento recente e por isso é destinado apenas a paciente de alto custo. “Em janeiro faz dois anos que começamos a implantação dessa válvula. E ainda não sabemos como ela funciona em longo prazo, se consegue durar 10 anos”, completa. Fora do Brasil, o tratamento já é realizado há quatro anos. Em fase de teste em animais, outro avanço está prestes a passar para a segunda etapa e ficar próximo do tratamento de doenças cardiovasculares complexas no Brasil. “As molinhas que são colocadas no coração são de aço, mas estamos conseguindo fabricar uma nova prótese, com um material que pode ser reabsorvido pelo organismo, biodegradáveis. Colocamos a molinha, que desentope a veia e permanece no local por seis meses. Com a cicatrização, ela some. É como se a pessoa nunca tivesse tido a doença”, explica. A pesquisa dos efeitos em seres humanos vai começar em 2010, no Hospital Albert Einstein e no Instituto Dante Pazzanese. (TM)