Por ser um fenômeno natural na vida feminina, muitas vezes as mulheres se questionam por qual razão procurar um tratamento para a menopausa. Mas, para algumas, no início desse período podem surgir sintomas que interferem diretamente na saúde e, consequentemente, no rumo de suas vidas. Para o médico responsável pelos Setores de Climatério e Ginecologia Endócrina do Ambulatório Maria da Glória da UFTM, Marco Fábio Prata Lima, a menopausa é a última menstruação normal da vida reprodutiva da mulher, que tem seu período final conhecido cientificamente por climatério, caracterizando-se por uma fase conturbada e complexa. Ondas de calor, suores noturnos, dor durante o ato sexual, inchaço, irritabilidade e depressão. São alguns dos sintomas da menopausa. De acordo com o especialista, no Brasil a média da idade é de 48 a 50 anos, mas o hábito de fumar pode antecipar esse processo. “Mulheres após os 40 anos que não usam medicação hormonal e que começam a apresentar encurtamento dos intervalos entre as menstruações, 20 dias, podem estar iniciando o processo. Com o tempo, os ciclos não aparecem mais”, explica Lima. A ocorrência de sangramentos excessivos pode exigir internações. Mas o problema é bem mais complexo que esses incômodos, segundo o ginecologista, transitórios, persistindo por cerca de cinco a dez anos depois de caracterizada a menopausa. “Em longo prazo, aparecem a osteoporose e a doença coronariana, que estão diretamente relacionadas com a falta da produção de hormônios femininos pelos ovários”. A osteoporose é talvez um dos maiores problemas que a mulher passa a enfrentar nesse período. “Se não tiver uma alimentação balanceada em cálcio ao longo da vida, terá uma perda incalculável de osso, que irá manifestar-se como fraturas ósseas de difícil recuperação”. Assim, toda mulher que entra no climatério deve fazer uma adequada avaliação. Tratamento. Não há dúvida quanto aos benefícios da terapia de reposição hormonal (TRH), mas o especialista destaca que a evolução de estudos tem mostrado que nem todas as mulheres podem se beneficiar com o tratamento. “Hoje escutamos mais, discutimos mais as indicações com as pacientes, os efeitos a favor e contrários à terapia hormonal”. As contraindicações são poucas, mas importantes. “Não se deve usar hormônios em mulheres com sangramento uterino, que tiveram infarto, com doença do fígado, com antecedentes de câncer de mama e do corpo, do útero e que tiveram tromboses. Daí é fundamental nunca usar medicações aleatoriamente, sem prescrição e acompanhamento médico”, alerta Lima.