Tecnologia promete ampliar tratamento de doenças graves no hospital (Foto/Divulgação)
O Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC-UFTM) realizou em setembro o primeiro procedimento de plasmaférese. A intervenção foi aplicada em paciente renal transplantado com rejeição aguda, complicação que comprometia o funcionamento do enxerto. A plasmaférese é uma modalidade inovadora que promete beneficiar pacientes com diversas patologias graves.
De acordo com o coordenador da disciplina de nefrologia, Vilmar de Paiva Marques, a plasmaférese consiste na filtragem do sangue do paciente por meio de uma máquina com um plasmafiltro, removendo proteínas e anticorpos danosos e substituindo-os por uma solução de plasma fresco ou albumina. A chefe da Unidade do Sistema Urinário, Andrea Tirones, explica que esse procedimento é indicado principalmente para o tratamento de doenças autoimunes e, no caso de transplantes renais, pode auxiliar na recuperação da função do enxerto, proporcionando melhor sobrevida aos pacientes.
A realização desse primeiro procedimento no HC-UFTM foi coordenada por Fabiano Bichuete, médico nefrologista. Segundo ele, a paciente transplantada apresentou rejeição aguda mediada por anticorpos, que prejudicava o funcionamento do rim. "Com a plasmaférese, já observamos importante melhora clínica, com aumento da diurese e melhora na função renal. Um grande ganho para o nosso hospital", explicou. Fabiano destacou ainda que o procedimento é seguro, com baixo risco de complicações, e possui um amplo espectro de uso em diversas doenças, como miastenia, síndrome de Guillain-Barré e vasculites.
A plasmaférese tem um papel essencial em pacientes críticos, segundo a chefe da Unidade de Terapia Intensiva Adulto, Nicolle Lidiane Silva. "Muitos desses pacientes precisam estar internados em ambiente de terapia intensiva, e a equipe do HC-UFTM tem treinamento e expertise para realizar o procedimento com segurança". Nicolle destacou que a tecnologia tem potencial para ser utilizada em uma gama ainda maior de situações clínicas, como em pacientes com disfunção hepática e até mesmo em casos de choque séptico, conforme indicam estudos recentes.
A implementação da plasmaférese no HC-UFTM envolveu a colaboração de diversas áreas da instituição, desde a Gerência de Atenção à Saúde e a Disciplina de Nefrologia até as equipes de Enfermagem, da Unidade de Terapia Renal e da Unidade de Terapia Intensiva Adulto. Andrea reforçou que o procedimento "é um esforço conjunto que visa melhorar a capacidade de atendimento e a qualidade da assistência oferecida pelo hospital".
Com a nova tecnologia em funcionamento, estima-se que o hospital poderá atender a um número crescente de pacientes que necessitem do procedimento, ampliando ainda mais o impacto positivo no cuidado à saúde na região.