Danielle Borges Maciel explica que o item não impede a contaminação, mas é útil na proteção contra o contato com gotículas de saliva contaminadas
A máscara facial é parcialmente eficaz na prevenção contra o coronavírus. A avaliação é da infectologista Danielle Borges Maciel, em entrevista ao JM Online. Conforme Maciel, a máscara é útil na proteção contra o contato com gotículas de saliva contaminadas.
“Quando conversamos, a gotícula pode chegar a até um metro de distância. A máscara, nesse caso, tem a intenção tanto de prevenir a saída dessa gotícula quanto o contato com ela”, exemplifica, ressaltando a importância da higienização das mãos.
Porém, adverte Maciel, “se a pessoa usar a máscara, mas levar a mão contaminada à boca, ao olho e ao nariz, não vai adiantar nada”.
Questionada sobre a diferença da máscara comum com a usada pelos profissionais de saúde, especificamente a N95, a médica esclarece que o segundo tipo age como um escudo contra aerossóis. “É uma partícula menor ainda”, esclarece.
E acrescenta: “Deve ser usada apenas pelos profissionais de saúde na atenção em pacientes com síndrome respiratória aguda grave. No dia a dia, o uso é da máscara comum, tanto para os doentes como para evitar a contaminação”, finaliza.
Desde o começo da epidemia, a doença já chegou a 19 países. Por enquanto não há nenhum caso confirmado no Brasil; nove são investigados, inclusive um em Minas Gerais. Os casos estão distribuídos em Minas Gerais (1 caso suspeito), Rio de Janeiro (1), São Paulo (3), Rio Grande do Sul (2), Paraná (1) e Ceará (1). Ao todo, 43 casos foram notificados a autoridades de saúde do País, mas nem todas são tratados como suspeitos. Até o momento, 170 pessoas já morreram na China por causa do vírus e mais de 7,7 mil pessoas foram infectadas no mundo. Nenhuma morte foi registrada em outro país. OMS declara estado de emergência global em razão do coronavírus
A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou estado de emergência global em razão da disseminação do coronavírus. A entidade fez o anúncio à imprensa em sua sede, em Genebra, na Suiça, após uma reunião com especialistas.
Até o momento, foram contabilizados 7,7 mil casos e 170 mortes na China, principal local de multiplicação do vírus. Em outros 19 países, já foram registrados 98 casos. No Brasil, o Ministério da Saúde investiga nove casos suspeitos.
De acordo com a entidade, os casos abrangem pessoas que viajaram para Wuhan, foco do surto, ou que tiveram contato com pessoas com histórico de passagem pela cidade.
Os representantes da OMS, contudo, negaram que o anúncio signifique uma manifestação de desconfiança com a China.
“A China está tendo um novo patamar para este surto. Meu respeito e agradecimento para os profissionais de saúde que, no meio do festival de primavera, estão trabalhando por 24 horas, durante sete dias por semana, para salvar vidas e colocar o surto em controle”, afirmou o diretor da Organização, Tedros Adhanom.
A OMS afirmou que não há necessidade de medidas para evitar viagens ou comércio internacional com a China. Além disso, apresentou um conjunto de recomendações, como apoio a países com sistemas de saúde mais precários, combate a rumores e desinformação, desenvolvimento de recursos para identificar, isolar e cuidar dos casos, além do compartilhamento de dados e conhecimento sobre o vírus.
“Países devem trabalhar juntos no espírito de solidariedade e cooperação. Estamos nessa juntos e só podemos parar juntos. Este é o tempo de fatos, não medo, para ciência, não rumores, para solidariedade, não estigma”, destacou Adhanom. (Agência Brasil)