Começa hoje e vai até sábado, 29, o 1º Simpósio Internacional de Medicina Regenerativa em Ortopedia e Traumatologia e o 2º Curso Avançado em Medicina Esportiva da Liga Universitária da Uniube. O encontro, dividido em três módulos, acontece no Centro de Cultura José Maria Barra/Sesiminas, e traz à cidade as últimas descobertas do estudo em Medicina Regenerativa, em Ortopedia e Traumatologia Desportiva, com os especialistas Ramon Cugat, de Barcelona, Espanha, e José Carlos Noronha, da cidade do Porto, Portugal, que vem aplicando as técnicas no exterior. Segundo o presidente do simpósio, José Fábio Lana, Medicina Regenerativa é uma área que surgiu em função da necessidade de melhores resultados em procedimentos cirúrgicos e na recuperação de pacientes. “Começou através do estudo molecular das proteínas que fazem parte da cicatrização. Algumas áreas da medicina, como a cirurgia plástica, a bucomaxilofacial (boca, maxilar e face), a odontologia, cirurgia da boca e da face, começaram a estudar como os implantes dentários e a parte óssea da face poderia cicatrizar mais rápido”. Lana explica que trabalho publicado em 1999 mostrou que, no sangue de pacientes, existem algumas células chamadas plaquetas que, quando ativadas, desencadeiam e aceleram o processo de cicatrização de tecidos. “Acreditava-se que as plaquetas serviam somente para evitar sangramento, para formar um coágulo de sangue, mas hoje em dia sabe-se que, além disso, elas iniciam o processo de cicatrização. Esse pesquisador observou que, quando se coloca um concentrado de plaquetas junto com um enxerto ósseo, ele fica mais potente e se incorpora mais facilmente, enquanto nos implantes de dentes facilitam a melhor fixação”. Com o sucesso, a medicina passou a estudar o comportamento das plaquetas não apenas na boca e face, mas também para demais procedimentos cirúrgicos. “Como, por exemplo, fazer acelerar a cicatrização de um músculo rompido de um atleta, que ficaria dois meses parado, causando prejuízo”. Segundo Lana, a medicina esportiva iniciou a utilização do procedimento e hoje a técnica é aplicada em pessoas comuns, que não são necessariamente atletas, como também em pessoas mais velhas, em que o tendão não cicatriza mais. “Os pesquisadores observaram que muitos músculos cicatrizavam 70% mais rápido quando se utilizava esse concentrado de plaquetas. E existem inúmeras situações, por exemplo, de cirurgias de tendão no ombro ou no joelho que rompem. Às vezes, o resultado é ruim com a cirurgia, porque esse tendão rompe por estar envelhecido, e não tem mais a capacidade de regeneração. Quando se usa um concentrado de plaquetas, esse tendão tende a cicatrizar mais rápido”, afirma.