A aprovação de medidas antifumo segue uma tendência mundial, que trata o tabagismo como um problema de saúde pública. Segundo a Organização Mundial da Saúde, o hábito de fumar é a principal causa de mortes evitáveis no mundo e o fumo passivo, a terceira maior causa. Entre as doenças mais conhecidas provocadas ou agravadas pelo cigarro, naturalmente, figuram as respiratórias, cardíacas e cânceres, mas poucos têm consciência de que o tabagismo também interfere na visão. O hábito de fumar aumenta em pelo menos duas vezes o risco de desenvolver catarata e degeneração macular relacionada à idade – duas das doenças que mais causam cegueira no mundo. Estudos também indicam que o tabagismo contribui para o agravamento do glaucoma e é um dos principais fatores de risco da doença de Graves, alteração muscular ao redor dos olhos relacionada ao funcionamento da glândula da tireóide, que pode até ocasionar a perda do globo ocular. O cigarro também piora quadros de Síndrome do Olho Seco, alergias oculares e promove desconforto àqueles que usam lentes de contato. Embora os perigos de desenvolver uma doença letal sejam sempre muito enfatizados, o que os fumantes verificam na prática é mais que o risco de morte: uma perda drástica e gradual na saúde e na qualidade de vida ao longo dos anos – o que no caso da visão se traduz em um maior risco de desenvolver ou agravar doenças que podem levar à cegueira. A lei que proíbe o consumo de cigarros, charutos e similares em lugares fechados e de uso coletivo já está em vigor em cinco capitais e cinco estados brasileiros. Em outras capitais, como João Pessoa e Curitiba, a lei ainda está em tramitação ou aguarda sanção do Poder Executivo.