SAÚDE

MS institui mudanças para transplante de órgãos

Publicado em 29/10/2009 às 10:29Atualizado em 20/12/2022 às 09:47
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Atualmente, cerca de 60 mil brasileiros está na fila de espera por um transplante. Com base neste número, ainda muito aquém do que deveria, o Ministério da Saúde aprovou, recentemente, uma série de medidas, visando a melhorar o atendimento do Sistema Nacional de Transplantes à população. Entre as principais medidas, que passam a valer a partir de 1º de novembro, está a possibilidade de pessoas com doenças infecto-contagiosas, como Chagas ou Hepatite, poderem doar órgãos para pessoas com a mesma doença. Além disso, menores de 18 anos terão prioridade na fila quando o doador for da mesma idade.   O coordenador da Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CID-DOTT), do Hospital de Clínicas da UFTM, Ilídio Antunes de Oliveira Júnior, acredita que as medidas poderão aumentar o número de captações. Ele explica que crianças e adolescentes menores de 18 anos serão mais beneficiados. “Eles terão prioridade na realização de transplantes, ou seja, vão entrar na fila mais cedo do que entravam. E, agora, não precisam esperar ter uma insuficiência crônica terminal nem entrar no programa de diálise, para receber o transplante. Isso é importante porque o resultado do transplante é melhor”.   Além disso, terão prioridade quando o doador for da mesma idade. Segundo o coordenador, a mudança visa a assegurar a qualidade e o aproveitamento de um órgão transplantado. “Se uma criança de 12 anos recebe um órgão de outra criança de 12 anos, a chance de sucesso é melhor. Essa mudança foi fundamental”, destaca Ilídio. E o médico lembra que não haverá prejuízo para quem estiver na fila, porque estudo feito em São Paulo constatou que as pessoas que foram tiradas da fila por conta da priorização dos menores vão esperar, em média, apenas mais três meses para fazer o transplante. “Então, não vai prejudicar ninguém”, completa.   Pelo aspecto moral, o coordenador destaca que, agora, os Hospitais passarão a analisar, através de uma Comissão de Ética formada por funcionários do hospital, as doações de órgãos entre vivos, sem relação de parentesco entre doador e receptor. “A medida é importante para evitar que as pessoas doem buscando obter algum tipo de benefício da ação.”

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