CORPO

Muito marketing, pouco efeito: veja suplementos alimentares que não são tão eficazes

Especialistas alertam sobre o risco do uso exacerbado de certos suplementos sem indicação médica

O Tempo/Pollyana Sales
Publicado em 17/09/2024 às 15:21
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O suplemento alimentar geralmente é consumido por pessoas que praticam atividade física (Foto/SNeG17/Shutterstock)

O suplemento alimentar geralmente é consumido por pessoas que praticam atividade física (Foto/SNeG17/Shutterstock)

A busca rápida pelo 'corpo perfeito e saudável' faz com que muitas pessoas cometam equívocos na hora da alimentação e caiam em armadilhas. Os suplementos alimentares, por exemplo, nem sempre são tão eficazes e milagrosos como são vendidos.

Especialistas afirmam que não existem 'milagres' e que a fórmula básica - alimentação balanceada e prática de exercícios físicos regularmente - é sempre o melhor caminho para quem busca saúde.

"Há muitos suplementos no mercado que são amplamente promovidos, mas cujos benefícios não são tão comprovados cientificamente ou que são mal interpretados pelo público. É importante alertar que suplementos alimentares não são medicamentos e, por isso, não servem para tratar, prevenir ou curar doenças", afirma Juliana Lauar, nutricionista e professora da universidade UNA.

Além disso, o uso desses suplementos deve ser recomendado por médicos ou nutricionistas, já que o exagero pode causar efeitos colaterais sérios no corpo.

"O importante é a complementação adequada, ajustada por um profissional que vá respeitar a individualidade de cada um", esclarece Consolação Oliveira, médica com especialidade em nutrologia.

Veja lista de suplementos alimentares que não são tão eficazes, de acordo com as especialistas ouvidas pela reportagem:

Termogênicos: esses suplementos prometem acelerar o metabolismo e aumentar a queima de gordura, mas estudos mostram que a maioria tem um efeito real muito pequeno e, em alguns casos, podem trazer riscos à saúde, como elevação da pressão arterial e problemas cardiovasculares. Em relação aos que são a base de cafeína, eles também podem provocar insônia, ansiedade e dependência se o uso não for acompanhado por um profissional.

Aminoácidos de Cadeia Ramificada (BCAAs): Embora sejam muito populares entre os praticantes de musculação, os BCAAs isolados não tem impacto significativo na construção muscular quando a ingestão proteica geral já é adequada.

Colágeno: segundo a nutricionista Juliana Lauar, esse pode ser o suplemento mais promovido "sem respaldo científico adequado". Eles prometem a melhora da pele e das articulações, mas a maioria dos estudos sugere que os efeitos são modestos, já que o corpo produz colágeno a partir de uma dieta equilibrada, com proteínas de boa qualidade.

Suplementos “Detox”: incluem versões como chás e cápsula que prometem "desintoxicar" o corpo e são extremamente populares, mas não existem evidências científicas que comprovem sua eficácia. O corpo humano já possui mecanismos eficientes de desintoxicação, como o fígado e os rins.

Aumentadores de testosterona: O uso indiscriminado desses produtos podem causar desequilíbrio hormonal na produção, com efeitos colaterais indesejados, como a acne e a queda de cabelo.

E o Whey e a Creatina?

Mais populares, o Whey e a Creatina são, de fato, os suplementos mais eficazes e estudados. Se a creatina ajuda com o desempenho durantes as atividades físicas, o whey é uma proteína extraída do soro do leite que auxilia a complementar a ingestão proteica diária. "Esses dois suplementos são amplamente pesquisados, com resultados científicos consistentes, mostrando que podem ser úteis para pessoas que treinam regularmente", afirma a nutricionista Juliana Lauar. 

O Whey e a Creatina são mais eficazes quando usados em conjunto com a prática de exercícios físicos, principalmente os que usam força e resistência. Porém, é recomendado, mais uma vez, o uso sob supervisão médica porque algumas pessoas podem desenvolver alergias ao whey, por exemplo:

"A gente sabe hoje que pacientes que tenham intolerância à caseína ou alergia à proteína do leite de vaca podem formar uma substância no intestino que se chama casomorfina, que pode causar inflamações como às 'ítis' do nosso corpo: sinusite, bronquite, rinite, gastrite, colite. Então tem que ter uma atenção, é importante acompanhamento com um profissional para determinar o uso correto desse produto", afirma a médica nutróloga Consolação Oliveira.

Fonte: O Tempo

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