OMS considera depressão como a doença do século

Jefferson Gennari

Sergio Henrique Marçal alerta e faz um apelo à população que procure ajuda sempre que sentir um desconforto

A depressão é considerada a doença do século, atingindo aproximadamente 350 milhões de pessoas em todo o mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mas ela não é a única que ameaça a saúde mental. Ansiedade, síndrome do pânico, demência, psicose e muitas outras também entram na lista.

De acordo com uma pesquisa recente realizada pela Vittude, plataforma online voltada para a saúde mental, 86% dos usuários que responderam a um teste no site sofrem com algum tipo de transtorno.

No Brasil, os cuidados com a saúde mental no sistema público sofreram uma reforma que começou há mais 30 anos e que procura evitar as internações em hospitais psiquiátricos, criando mecanismos de diagnóstico e tratamento mais amplos, com equipes multidisciplinares. Um dos exemplos da mudança é a criação dos Centros de Atenção Psicossocial, os Caps, implantados no Brasil em 1986.

De acordo com o diretor de Atenção Psicossocial da Secretaria de Saúde, Sergio Henrique Marçal, Uberaba é pioneira no Brasil na estruturação de serviços abertos e tem reestruturado a atenção psicossocial para atender e trabalhar a saúde mental de forma preventiva. “Redistribuídos os psicólogos que fazem atendimento, que hoje são quase sessenta só na saúde, e capacitamos as equipes, porque percebemos que não é só o psicólogo que cuida. Todos aqueles que cuidam e promovem bem-estar promovem saúde mental e todo profissional de saúde, em regra, faz isso. Então, mais de 600 pessoas foram capacitadas na atenção básica para diminuir a lógica de encaminhamento, ou seja, a prevenção do agravamento das doenças mentais”, explica.

Ele ainda alerta e faz um apelo à população para que procure ajuda sempre que sentir um desconforto. “Sempre que qualquer mal-estar começa a atrapalhar a pessoa a desenvolver as atividades de rotina, sejam elas trabalhar, cuidar de casa, de si, dos filhos, convivência familiar e relacionamento social, ela precisa procurar ajuda”, aponta.