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Os mitos da vasectomia: causa impotência sexual? É reversível? Médico esclarece

No início, alguns homens podem sentir desconforto nos testículos, já que o corpo precisa de tempo para se adaptar à ausência de produção de espermatozoides

Luiz Henrique Cruvinel
Publicado em 03/11/2023 às 09:44
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A cirurgia de vasectomia é de baixa complexidade e não altera a função erétil do pênis (Foto/Ilustrativa)

A vasectomia é um procedimento cirúrgico que frequentemente gera preocupações e equívocos entre os homens que consideram essa opção como método contraceptivo permanente. Em entrevista ao Pingo do J, da Rádio JM, o urologista Marcelo Bianco esclareceu fatos e ajudou a desmistificar alguns dos mitos mais comuns associados à cirurgia.

Um dos equívocos mais difundidos sobre a vasectomia é a ideia de que ela leva à impotência ou incontinência urinária. Marcelo Bianco esclarece que a vasectomia é uma cirurgia de baixo risco que envolve a ligação dos ductos ejaculatórios na próstata, impedindo a passagem de espermatozoides durante a ejaculação. 

No entanto, essa intervenção não afeta a função erétil, a produção de testosterona ou a incontinência urinária. Durante o ato sexual, a única diferença é a ausência de espermatozoides no sêmen, não afetando a capacidade de prazer e ereção do homem.

"Não mexe com nervo, não mexe com ereção, testosterona, nada. Continua tudo do mesmo jeito. É mito falar que problemas de ereção são desenvolvidos com a vasectomia. É um procedimento de complexidade baixa e consiste em apenas interromper o caminho do espermatozoide", explicou o médico.

No início, alguns homens podem sentir desconforto nos testículos, já que o corpo precisa de tempo para se adaptar à ausência de produção de espermatozoides. No entanto, esse desconforto não deve ser confundido com dor intensa e geralmente diminui com o tempo. A retenção de espermatozoides não causa problemas de saúde a longo prazo, segundo o especialista.

A vasectomia é uma opção contraceptiva para homens a partir dos 25 anos ou para aqueles que já têm filhos. "É importante que o homem busque orientação médica e aconselhamento em uma rede familiar antes de tomar a decisão, para garantir que ele esteja ciente de outras opções contraceptivas disponíveis e compreenda completamente as implicações da vasectomia", ponderou Marcelo.

Embora seja possível reverter uma vasectomia, a reversão não garante a fertilidade. Quanto mais tempo se passa desde a vasectomia, mais difícil se torna a recuperação da fertilidade, já que o corpo tende a reduzir a produção de espermatozoides ao longo do tempo. Após cerca de 12 anos, as chances de sucesso da reversão são bastante reduzidas.

Para homens que desejam uma opção de fertilidade após a vasectomia, existe a possibilidade de criar um banco de espermatozoides antes do procedimento. Esses espermatozoides podem ser usados em procedimentos de fertilização in vitro, quando necessário. 

Se não houver espermatozoides suficientes no banco, é possível realizar uma aspiração de espermatozoides diretamente do testículo e injetá-los no óvulo da mulher para a fertilização.

As células germinativas responsáveis pela produção de espermatozoides não morrem, permanecendo nos testículos. Em alguns casos, mesmo após uma vasectomia, o homem ainda pode produzir espermatozoides em menor quantidade. 
Embora os números possam variar, algumas vezes, o homem continua produzindo espermatozoides em quantidades reduzidas, permitindo que a fertilização seja possível, embora menos provável.

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