INCIDENTE

Pacientes em estágio avançado de câncer de mama ainda predominam

Atualmente, a mastectomia ainda é a cirurgia mais realizada para o tratamento do câncer de mama, que seria a amputação total da mama

Rafaella Massa
Publicado em 13/04/2024 às 18:09
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Mastologista Cléber Sérgio da Silva diz que 3 em cada 4 mulheres com câncer de mama estão em estágio avançado da doença (Foto/Reprodução)

O câncer de mama é o mais incidente em mulheres no mundo, com aproximadamente 24,5% dos casos novos por câncer em mulheres. Ainda segundo o governo federal, isso representa 2,3 milhões de casos novos estimados. Os dados são relacionados ao ano de 2020. Grande parte desses casos é de pacientes em estágio avançado.

Segundo o mastologista Cléber Sérgio da Silva, três em cada quatro mulheres com câncer de mama estão em estágio avançado da doença. A Sociedade Brasileira de Mastologia trabalha para reverter este quadro.

“Hoje, nós temos um compromisso e uma luta muito grande da Sociedade Brasileira de Mastologia para reduzir o número de pacientes diagnosticadas de forma avançada. Há tantas barreiras, não só barreiras de acesso ao diagnóstico. Quantas vezes lá no Hélio Angotti a gente recebe pacientes que têm duas, três tomografias de anos anteriores que já mostravam a doença precoce, mas que não conseguiram chegar a um especialista”, explica o médico.

Entre essas barreiras, Cléber cita o cotidiano atarefado das mulheres, questões financeiras, dificuldade na marcação de consulta e, até mesmo, o medo de identificar a doença. O médico ainda menciona que, por esses motivos, a cultura da busca ativa deveria ser mais incisiva no Brasil.

“As mamografias que a gente faz lá [no Hospital Hélio Angotti], cujos laudos sugerem a necessidade de uma biópsia, nós temos um setor de navegação que já entra em contato com essa paciente, agenda a consulta dessa paciente com um mastologista, e ela vem. Isso é uma forma de busca ativa. Mas em grande parte dos municípios a gente não observa isso. Um estudo da Escola Paulista de Medicina mostra que, no cenário SUS, uma mamografia alterada leva em torno de 12 meses para chegar até o especialista”, explica.

O médico ainda conta que, atualmente, a mastectomia ainda é a cirurgia mais realizada para o tratamento do câncer de mama, que seria a amputação total da mama. Este procedimento é adotado quando a paciente não pode ser tratada com cirurgia conservadora, que remove apenas o setor mamário onde se encontra o tumor.

Cléber Sérgio é criador do projeto “À Flor da Pele”, que, pelo quinto ano, realizará no Hospital Hélio Angotti o Mutirão de Reconstrução Mamária. O projeto é 100% viabilizado por meio de doações e parcerias. Em 2024, a intenção é beneficiar 31 mulheres, num simbolismo de “uma mulher a cada dia do mês” de conscientização do câncer de mama, o Outubro Rosa.

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