Especialista destaca que pílula do dia seguinte não é 100% eficaz. Desde o seu surgimento, em meados do ano 2000, muito se falou sobre as facilidades oferecidas pela pílula do dia seguinte, entre as quais a possibilidade de evitar a gravidez. Por ser um medicamento de emergência, é usado geralmente quando algum outro método contraceptivo não funcionou como deveria. Porém, são variadas as confusões que envolvem a utilização desse medicamento. Segundo a ginecologista Nilza Martinelli Gomes, a pílula do dia seguinte é basicamente composta por um hormônio sintético chamado levonorgestrel, derivado da progesterona, que é naturalmente encontrado no corpo. A diferença entre a pílula e os anticoncepcionais tradicionais é que a concentração do hormônio é maior, em torno de 0,75 mg, o que aumenta consideravelmente a sua potência no organismo. A sua potência deve-se à alta dosagem do medicamento. A especialista explica que a atuação do medicamento no organismo feminino é a mesma dos anticoncepcionais comuns, mas não totalmente. “Segundo alguns cientistas, ela pode interromper o processo da ovulação ou o encontro do esperma com o óvulo na trompa ou ainda impedir que o óvulo fertilizado se implante no revestimento interno do útero. Mas depende também do ciclo menstrual da mulher”. E, ao contrário do que se pensa, ela não é 100% eficaz em evitar a gravidez indesejada. “Além disso, pode provocar alguns efeitos colaterais, como náuseas, vômitos e irregularidade do ciclo menstrual. Às mulheres que tenham algum problema vascular, recomenda-se que não usem esse medicamento”, alerta a ginecologista. “Ela não deve ser usada com a finalidade de evitar a gravidez, pois, além de não ser 100% eficaz, sua alta dosagem hormonal pode trazer problemas para o organismo feminino”. Pode causar efeitos desconfortáveis na pele, como acne e até o aumento de oleosidade. Por isso, Nilza revela que a pílula pode ser usada somente em ocasiões de emergência e nunca como método contraceptivo convencional. Nilza destaca, ainda, que, antes de pensar em tomar qualquer medicamento, inclusive os contraceptivos normais, é necessário ter cuidado. “É importante acrescentar que as mulheres devem procurar se informar com um médico sobre o que é melhor para a saúde delas, pois este é um assunto que deveria ser mais aprofundado”, conclui a ginecologista.