Cerca de 150 milhões de homens no mundo possuem algum nível de dificuldade de ereção. Especialistas revelam que as causas são inúmeras, podendo ser orgânicas ou mesmo psicológicas. Com o surgimento de medicamentos como o Viagra e similares, a virilidade masculina voltou a proporcionar uma vida sexual normal. Porém, um número cada vez maior de jovens, na faixa dos 20 anos, passou a usar esse medicamento. Aproximadamente, 90% dos jovens dessa idade que têm problemas de ereção são por causas psicológicas. “Na verdade, a pessoa que toma Viagra fica mais viril e tem aquela necessidade de mostrar que é ‘macho’. Então, toma o medicamento para autoafirmação. Se a pessoa tem um bom relacionamento amoroso, não tem necessidade de usá-lo”, explica o urologista Luciano Luzes Borges. “Chamam esses remédios de estimulantes, mas a função do Viagra é a ereção. Alguns homens têm problema de libido e, para resolvê-lo, se utilizam da dosagem hormonal para ter ereção. Para esses casos o tratamento é diferente, não é o Viagra”. Na libido também estão envolvidos fatores psicológicos, mas somente em alguns pacientes há um déficit hormonal, algum problema orgânico ou decorrente da idade. De acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia, essa mudança se deve à falta de orientação sexual para jovens, especialmente meninos. Esses jovens vêm priorizando quantidade ao invés de qualidade, o que gera maior estresse, um dos maiores inimigos da ereção. Borges afirma, ainda, que pessoas que tomam remédios para pressão ou que sofrem de doenças como o diabetes mais grave têm, normalmente, alguma dificuldade de conseguir uma ereção plena. “Mas quando a pessoa não precisa de medicamento e mesmo assim o utiliza, acaba tendo uma sensação maior, tanto o homem quanto a mulher, no clitóris. Sente uma relação mais prazerosa, mas essa atitude não é aconselhável”. O especialista alerta que o risco de dependência é uma das contraindicações do uso desses remédios para quem não tem necessidade. “A gente tem medo de uma dependência psicológica, e não física, porque sexo é cabeça, além da parte orgânica. O jovem não precisa desse recurso para ter prazer”. Para ele, a dependência aparece aos poucos. “O jovem pode ter muito prazer a princípio, mas o problema é se amanhã ou depois ele achar que é muito melhor quando toma o Viagra. Aí aparece a dependência, o que não é bom”, completa.