SAÚDE

Proibição de câmaras de bronzeamento gera polêmica

Thassiana Macedo
Publicado em 18/11/2009 às 10:23Atualizado em 16/12/2022 às 07:27
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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou no dia 11 de novembro a Resolução nº 56/09, que proíbe, além do uso, a importação, o recebimento em doação, aluguel e a comercialização de equipamentos para bronzeamento artificial em clínicas de estética em todo o território nacional. A medida foi tomada após estudos da Agência Internacional para Pesquisa sobre o Câncer, instituição ligada à Organização Mundial de Saúde (OMS), que constatou os efeitos negativos da radiação ultravioleta à saúde.   Mas o assunto ainda causa polêmica entre proprietários de clínicas de estética sobre o que fazer a partir de agora. Sônia Fátima Borges Ferreira é proprietária de uma câmara há 18 anos e tem dúvidas sobre a proibição. “Essa notícia ainda está vaga, pois a utilização do equipamento está liberada apenas para quem vai fazer tratamento médico. Mas se ela é prejudicial ao tratamento estético, por que não é cancerígena no tratamento de alguma doença de pele? Trata uma doença, mas causa um câncer?”, questiona Sônia.   Em sua clínica, o bronzeamento representa cerca de 80% dos serviços e a profissional não pretende cancelar as sessões marcadas até que seja notificada oficialmente. Para Lívia Helena Freitas, esteticista há 30 anos e dona de outra clínica, a medida chegou em época de maior movimento – final de novembro e início de dezembro –, quando cresce a procura pelo bronzeamento artificial. Em 2008, a esteticista fez uma média de dez sessões por dia. “Precisei cancelar cerca de 20 pessoas até que as dúvidas sobre a proibição sejam esclarecidas”, afirma Lívia, que não arrisca estimar o prejuízo que vai ter com o cancelamento das sessões.   Outro prejuízo é a necessidade de demissões. “Vou dispensar duas pessoas e deixar de receber cerca de 20% a 25% do que ganho. Mas pior que o prejuízo é o desemprego que a medida vai gerar. Se aqui serão duas dispensas, imagina quanto desemprego vai haver no Brasil inteiro. Fábricas e importadoras terão que parar de trabalhar”, destaca Lívia.   Já Sônia preocupa-se também com o investimento que fez recentemente. “Comprei quase dez mil reais em novas lâmpadas. Tenho todos os laudos de que o equipamento funciona dentro do estipulado, mas e agora?”, questiona.  

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