SAÚDE

Projeto “Clínica Dia” visa ressocializar pacientes sem uso de internação

Bruno Campos
Publicado em 28/01/2022 às 20:12Atualizado em 19/12/2022 às 00:22
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Apesar da discussão sobre a importância dos cuidados com a saúde mental ter tomado alguns holofotes nos últimos anos, ainda é um âmbito da vida das pessoas deixado bastante de lado. Há quem ainda tenha medo de procurar ajuda profissional, como pontua a psicóloga Sandra Abadia, em entrevista ao Pingo do J, pela Rádio JM, nesta sexta-feira (28). Os motivos são os mais variados: desde o receio em se tornar dependente do acompanhamento, como, até mesmo, o preconceito que ainda existe em torno do assunto.

No entanto, além de necessário, o tratamento contra essas doenças pode ser mais divertido do que se imagina. Sandra Abadia contou a respeito de um projeto criado há três anos, o Clínica Dia, um projeto que tem como objetivo tratar o paciente neuroatípico por meio de oficinas e prepará-lo para uma ressocialização e retomada de sua saúde mental e sua vida. Entre as opções de atividades oferecidas, a psicóloga informa que o projeto oferece oficinas de gastronomia, musicoterapia, arteterapia, aulas de yoga, condicionamento físico, literatura e escrita.

“Ele [o paciente] terá várias formas de expressar suas angústias e buscar uma qualidade melhor de saúde mental. Sabendo que podemos cuidar da nossa loucura sem precisar ficarmos isolados do mundo e sem deixar de ser um cidadão participante. Então a ideia da clínica é a ressocialização, trazer de volta a vida e ajudá-lo a cuidar disso de uma forma mais saudável", explica.

Ao contrário de uma internação psicológica, o paciente passa o dia realizando as atividades oferecidas na clínica. Segundo Sandra, a pessoa que procura pelo projeto passa, primeiramente, por uma triagem junto a um psicólogo e um psiquiatra de forma que possa ser melhor compreendido o quadro do paciente. Após isso, ele é redirecionado às oficinas que melhor se adequem ao seu perfil.

Questionada sobre a duração do tratamento, Abadia reforça que é algo muito individual, mas que, quando realizado de segunda à sexta-feira, em média, tende a se estender por dois meses. Para a psicóloga, o mínimo é que o paciente frequente as oficinas três vezes por semana. O projeto serve tanto para aquele paciente que acabou de passar por uma internação psiquiátrica e não deseja retornar, como também para o paciente que quer tratar sua condição, prevenindo uma internação.

Por fim, a psicóloga traz a importância da família e também de boas amizades para o tratamento ou mesmo para a prevenção, uma vez que toda a rede de apoio é também parte daquele diagnóstico. “É preciso ater-se aos sinais dos que estão à nossa volta, aconselhando nos casos necessários, que seja procurada a ajuda de um profissional”, afirma.

Durante todo o mês de janeiro acontece o “Janeiro Branco”, período em que há uma campanha de conscientização ainda maior sobre o tema, a fim de reforçar que há sim tratamento para os problemas de cunho mental e, também, elucidar a população a respeito dos tratamentos.

 

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