Segundo o diretor técnico do hospital, Raelson Batista, ao menos dois óbitos foram registrados em decorrência da dengue em Uberaba
Segundo o diretor técnico do MPHU, Raelson Batista, equipes foram reforçadas para suprir a demanda de pacientes com sintomas de dengue no pronto-atendimento (Foto/Arquivo)
Além do Hospital Unimed Uberaba, o Mario Palmério Hospital Universitário também viu os casos de dengue aumentarem consideravelmente neste início de ano. Segundo o diretor técnico da unidade, Raelson Batista, houve incremento de 20 a 25% nos atendimentos nos três primeiros meses de 2023, o que levou, inclusive, ao reforço de equipe.
“Dos casos de dengue, quem procura o pronto-socorro, nós tivemos em torno de 25% de aumento em termos de volume de atendimento, e mais ou menos em torno de 8% de necessidade de internação, dos que são atendidos por conta da dengue. Muitos poucos casos de óbitos relacionados à dengue. Para ser muito sincero, dois ou três casos que nós registramos nos últimos meses. Portanto, o percentual é muito pequeno, graças a Deus”, explica Batista.
Ainda de acordo com o médico cardiologista, os pacientes têm apresentado comportamento semelhante ao comportamento clínico da dengue em outras épocas epidêmicas fortes. “Nós temos utilizado um protocolo mais rigoroso esse ano lá no hospital, até mais do que o que o Ministério da Saúde recomenda para um tratamento efetivo. E para o suporte imediato dos nossos pacientes, reforçamos a equipe tanto médica quanto de enfermagem, em função desse acréscimo de 25% (dos casos de dengue)”, pontua, acrescentando que, apesar da maior manifestação da doença, são poucos os casos de maior gravidade.
Vale lembrar que o painel de monitoramento de casos de dengue, da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, em Uberaba aponta 5.749 casos prováveis da doença, sendo 652 confirmados. Com relação a óbitos, o painel aponta 11 em investigação e apenas um confirmado em Uberaba. Segundo o levantamento, a doença segue tendência de queda na cidade, apesar de ainda estar em níveis preocupantes.
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Com relação aos óbitos, Raelson Batista informa que a dengue estava associada a outras doenças, o que pode ter sido determinante para o resultado. “Esses pacientes foram para a unidade de terapia intensiva, eram pacientes que já tinham várias doenças associadas, os dois pacientes não foram exclusivamente em função da dengue. É bom que se diga bem que é também uma doença inflamatória sistêmica. Ela causa, em decorrência da sua inflamação, doença infecciosa, que provoca um quadro inflamatório sistêmico, cujo principal problema da dengue está relacionado com desidratação. Esse é um grave problema que ela pode estar associada. Com o quadro de desidratação e, obviamente, as complicações hemorrágicas, que podem atingir a doença”, alerta.
O cardiologista pondera que a desidratação pode agravar quadros pré-existentes e “gerar uma descompensação de outras doenças”. “Veja, uma vez hidratação no paciente que já tenha uma cardiopatia, associada a um diabetes, por exemplo, como a hipertensão arterial e outras doenças a ela associadas, isso pode acelerar, obviamente, complicação do paciente. Em um desses casos foi mais ou menos isso”, relata ele. Contudo, a investigação do óbito passa por diferentes parâmetros, que incluem a interferência da dengue, bem como das doenças pré-existentes, para o resultado morte. Além disso, um óbito fica em torno de 30 a 60 em investigação, segundo Batista.
Painel de monitoramento de casos de dengue em Uberaba, pela SES-MG (Foto/Reprodução SES-MG)