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Priscila Brito reafirma a necessidade de tratamento da depressão, doença que faz cada dia mais vítimas
O dever de estar bem o tempo todo e ser feliz, além de sofrer as cobranças do modo de viver impostos pela sociedade, têm contribuído significativamente para a perda de qualidade de vida de muitos indivíduos. Resultado está no volume de casos de depressão registrados pela Organização Mundial de Saúde. Segundo a organização, mais de 300 milhões de pessoas no mundo sofrem com a doença, que, no Brasil, atinge 5,8% da população. Além disso, os distúrbios relacionados à ansiedade afetam 9,3%.
De acordo com a psicóloga Priscila Brito, a depressão é doença e precisa de acompanhamento. “Muitas pessoas já têm todos os sintomas, mas não sabem que estão com depressão. Uma sequência de fatores, como a busca pela perfeição, por ser forte, por dar conta de tudo, enfim, essa busca para não ser frustrado faz com que as pessoas adoeçam cada vez mais. Isso cresce num efeito cascata, porque a depressão não começa de uma vez. A depressão, às vezes, começa no deixar de falar e o silêncio vai crescendo até se tornar uma doença”, explica.
A especialista alerta que as pessoas que convivem com o indivíduo que está adoecido podem colaborar para que ele busque um tratamento adequado.
“Existem pessoas que têm sintomas muito claros, em que elas deixam de ter contato social e perdem a vontade de estar com outras pessoas. Já outras mudam o comportamento e não percebem e quem está por perto pode auxiliá-las a reconhecer que elas estão adoecidas e precisam de ajuda”, destaca a psicóloga.
Priscila Brito finaliza alertando que as autocobranças são, na maioria dos casos, o que tem causado o adoecimento das pessoas, que em muitos momentos ficam na expectativa do futuro e se esquecem de vivenciar o agora.
“Nossa sociedade se esqueceu do ser e está muito ligada ao ter. Ser feliz e estar de bem verdadeiramente consigo é uma tarefa diária. Por isso, temos que reaprender a nos frustrar e a crescer com essas mudanças do cotidiano”, conclui.