Químico não aprova receita caseira de álcool em gel

O Jornal da Manhã anunciou o registro de dois casos confirmados de gripe suína em Uberaba e outros cinco casos de óbitos não foram descartados como consequência da doença. A preocupação com a prevenção e a dificuldade em encontrar o álcool em gel nas prateleiras de farmácias e supermercados ou por conta da alta de preço do produto nos pontos de venda levou à criação de uma receita caseira do álcool em gel. Tem circulado pela internet e-mails e sites divulgando o passo a passo da produção do álcool em gel caseiro. A receita leva álcool líquido e gelatina em sua composição.   Porém, o coordenador do curso de Química da Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Alexandre Rossi, reproduziu a receita em laboratório e constatou alguns pontos negativos. “Primeiro pela formulação não ter apresentado o aspecto de gel, podendo ocasionar aumento no número de acidentes com queimaduras”, destaca. Segundo o doutor em Química, outro ponto questionável seria o fato de que, por não atingir a massa na forma de gel, o álcool tende a evaporar normalmente. “Com a própria evaporação do álcool, fica-se uma película do colágeno da gelatina sobre a mão e essa película, por sua vez, pode favorecer o aparecimento de microorganismos, diminuindo ainda mais a sua eficiência”, explica Rossi.   Por ser um vírus transmitido pelo contato, a permanência de uma película de gelatina na pele, sem a presença do álcool, poderia favorecer a fixação do vírus ao invés de matá-lo. “Não é recomendável a utilização desse produto e de misturas caseiras sem o controle de um profissional especializado. Além disso, os produtos devem estar registrados pelo Ministério da Saúde”, alerta o professor.