Tema fi cou em alta após anúncio do ex-apresentador da Globo, Tiago Leifert
É comum que, junto com a doença, ocorra a leucocoria, que é a pupila branca (Foto/Internet)
Após o ex-apresentador da Globo Tiago Leifert falar abertamente sobre a doença de sua filha, junto da esposa e repórter Daiana Garbin, o diagnóstico foi um tema muito procurado na internet. Saiba mais sobre o retinoblastoma, um câncer ocular que acomete a retina, podendo ser bilateral ou unilateral.
Segundo o oftalmo Djalma Abrão Junior, a doença é mais comum em crianças. “Ocorre em 1 para cada 14.000 nascidos vivos. Aproximadamente 300 crianças são diagnosticadas, por ano, com retinoblastoma nos Estados Unidos. O retinoblastoma é diagnosticado em uma idade média de 18 meses, sendo que os casos bilaterais podem ser diagnosticados mais cedo, em torno de 1 ano de idade. Somente 5% dos casos têm diagnóstico após os 5 anos. A taxa de sobrevivência é em torno de 90%, quando feito o diagnóstico precoce. Daí a importância do exame oftalmológico de rotina ao menos 1x por ano”, explica.
A doença, na maioria dos casos, acomete um olho só, ou seja, é unilateral. Em cerca de 33% das vezes, acomete os dois olhos. De acordo com Djalma, é comum que, junto da doença, ocorra a leucocoria, que é a pupila branca. “É o que vemos mais facilmente nas fotografias, mas ainda podemos encontrar estrabismo, diminuição da visão, olho vermelho, glaucoma, nistagmo - olhos mexendo de um lado para o outro - e inflamações ao redor dos olhos”, esclarece o oftalmologista.
A estratégia do tratamento do retinoblastoma é salvar a vida e preservar a visão, sempre que possível e, dessa forma, precisa ser individualizada. Os fatores que precisam ser considerados incluem a lateralidade da doença, potencial de preservação da visão e o estadiamento intraocular e extraocular.
O paciente pode ser submetido à cirurgia de enucleação – retirada do globo ocular; a tratamentos locais como a laserterapia e crioterapia; quimioterapias intravítrea e intra-arterial; quimioterapia intravenosa; radioterapia e transplante autólogo de medula óssea.
O diagnóstico e tratamento podem afetar a visão e, consequentemente, a qualidade de vida destes pacientes. Torna-se crucial o seguimento de longo prazo para determinação dos efeitos tardios e intervenção mais precoce, além da monitorização do risco de segundas neoplasias. O aconselhamento genético é fundamental para ajudar os pais na compreensão das consequências genéticas de cada forma do retinoblastoma e para a estimativa do risco nos seus familiares.