Com o aumento das chuvas, a incidência no aparecimento de caramujos-gigantes-africanos também tem apresentado crescimento. Nas últimas semanas, ouvintes do programa JM News 2ª Edição, apresentado pela jornalista Gê Alves, relataram estar recebendo a visita dos bichinhos, principalmente em jardins e hortas.
Como dito anteriormente, o aparecimento deste animal acontece, principalmente, nos períodos chuvosos, assim como no momento atual. Segundo o médico-veterinário e diretor do Hospital Veterinário de Uberaba, Cláudio Yudi, a melhor forma de combater a praga é fazendo a catação manual, ou seja, pegar os animais e colocar num saco preto, deixando que a coleta de lixo faça o recolhimento.
“Nós não recomendamos colocar fogo, porque existe o risco de explosão, e nem colocar sal na terra, porque isso prejudica a terra. Também não é recomendado o uso de venenos. Eles existem, mas nós não os recomendamos também porque podem matar outros caracóis que são bons para a natureza. Então, o ideal é pegar esses caramujos, utilizando uma luva descartável, depositá-los em sacos de lixo preto e colocá-los à disponibilização da coleta de lixo”, afirma Yudi.
Apesar de não ser considerado um animal perigoso, o caracol africano é transmissor de duas doenças verminoses que podem ser transmitidas para seres humanos. “Esses dois vermes já foram detectados nos caramujos que estão no Brasil, portanto, podem transmitir a doença. E existem alguns relatos de casos na nossa literatura científica de pelo menos um deles já contaminar seres humanos. Mas nós já queremos alertar para que não se preocupem, pois não é uma doença epidêmica, não é como um vírus. E outra coisa importante é lembrar que, para se contaminar com esse verme, você tem que comer o caramujo. A outra forma é que aquela baba, aquela gosma que o caramujo tem, pode ter esse verme e as verduras mal lavadas, se tiver essas larvas, quando ingeridas, podem contaminar”, explica o médico-veterinário.
Portanto, é importante que, além de ser feita a coleta dos animais, todas as verduras ou legumes, plantados ou comprados, sejam lavados com hipoclorito de sódio, conhecido como cloro, para fazer uma higienização não só pelos vermes passados por caracóis, mas também por outros tipos de doenças.
O caramujo-gigante-africano tem origem na África, porém, pode ser encontrado em diversos países do mundo. Foi introduzido, ilegalmente, no sul do Brasil através da cidade de Curitiba, entre 1988 e 1989, na tentativa de comercialização para competir com o escargot. Porém, o sabor não foi apreciado pela população. “Não deu certo a criação no Brasil e aqueles produtores abandonaram, ou seja, jogaram fora esses caramujos, em diversos ambientes, e aconteceu que virou uma praga, porque não existe aqui, no Brasil, predadores naturais”, conta Yudi.
Segundo o Instituto Brasília Ambiental (Ibram), algumas pessoas consomem caramujos-gigantes-africanos como fonte de proteína quando preparados corretamente. No entanto, como já foram catalogados indivíduos da espécie portadores de parasitas capazes de trazer sérias complicações à saúde humana, não é recomendada a ingestão desses indivíduos, independentemente de sua forma de preparo.