SAÚDE

Saúde do adolescente: HC-UFTM oferece 72 vagas mensais para atendimento ambulatorial

Publicado em 04/06/2022 às 19:46Atualizado em 18/12/2022 às 20:09
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(Foto/Arquivo)

O nome não é tão conhecido, mas o público a que se destina tem recebido gradativamente mais atenção dos serviços de saúde. Estamos falando da Hebiatria, subespecialidade da Pediatria comumente identificada como Medicina do Adolescente (o paciente está na faixa de 10 a 20 anos de idade, de acordo com a Organização Mundial de Saúde). O Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC-UFTM) oferece, desde 2014, atendimentos em Hebiatria no Centro de Atenção Integrada em Saúde (Cais), unidade de atenção básica gerida pelo hospital a partir de uma parceria firmada com a prefeitura de Uberaba/MG.

Segundo o hebiatra Marcelo Meirelles, a consulta envolve pais/cuidadores e o adolescente. A ideia é abordar o indivíduo como um todo. “Primeiro conversamos com a família e com o paciente, e depois, ficamos a sós com o adolescente. É nessa etapa que iremos abordar os aspectos biopsicossociais da vida dele, que passa por transformações. Tem a puberdade, o estirão de crescimento, mas também muita mudança psicológica, social, emocional, fatores de risco que podem ser prevenidos, detectados precocemente para serem trabalhados”, explica.

Diferentemente de uma consulta nos padrões adotados pela Pediatria, na Hebiatria o atendimento tende a ser mais demorado, com participação dos pais até certo ponto. O objetivo é conferir protagonismo ao público principal. “Na pediatria, apesar de a criança ser o alvo, o fornecimento de informações ainda é muito feito pela mãe, só uma ou outra criança mais desinibida participa ativamente. A primeira adaptação para com o adolescente é torná-lo o ator principal, com a família fornecendo paralelamente informações”, detalha Meirelles.

O serviço conta com a colaboração de outras áreas assistenciais do HC, como o Serviço Social e a Psicologia. Ivone Aparecida Vieira da Silva, assistente social que atua no Ambulatório de Pediatria e encaminha adolescentes para o hebiatra, avalia que esse público precisa de uma escuta qualificada para suas demandas. “Nessa fase de descoberta do próprio corpo, é necessário dialogar com um profissional de saúde que possa ouvir queixas e responder inquietações. Sugiro um atendimento na Hebiatria porque sei que vai ter uma atenção diferenciada”, justifica.

Silva chama a atenção para situações que se repetem. “As vulnerabilidades têm aumentado e o sofrimento dos adolescentes também. As violências psicológicas, sexual, física, institucional e doméstica estão presentes no cotidiano dos adolescentes, que estão se automutilando muito. Há também o aumento do bullying”, alerta a profissional, complementando que o público em vulnerabilidade social, de cor preta ou parda, é o mais atendido por ela.

Já a psicóloga Ana Marla Moreira Lima adverte que, com frequência, o sofrimento na adolescência tem determinantes orgânicos, psíquicos, familiares, sociais, entre outros, e que os problemas psicológicos desses pacientes não se resumem a questões intrapsíquicas – são influenciados por um conjunto de fatores. Ela aponta, ainda, a existência de conflitos que são próprios da fase do desenvolvimento e que “não significam necessariamente um problema, sendo até esperados, porque, às vezes, o crescimento não é sem dor”.

O Cais funciona à Av. Orlando Rodrigues da Cunha, 2.223, no bairro no Abadia. Para o público adolescente, são oferecidas 18 vagas por semana, totalizando 72 por mês. O agendamento pode ser feito pelos responsáveis diretamente na recepção ou via encaminhamento por profissional de outras unidades básicas de saúde.

 

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