SAÚDE

Saúde investiga primeiro caso de poliomielite no Brasil após 33 anos

Criança não estava com o esquema vacinal da doença completo

Publicado em 07/10/2022 às 08:09Atualizado em 16/12/2022 às 00:54
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Ministério da Saúde recebe a notificação de um caso de poliomielite de uma criança do município de Santo Antônio do Tauá, no Pará. De acordo com as informações repassadas pela Secretaria de Estado da Saúde do Pará, pode ser um caso de paralisia flácida aguda, causada pelo poliovírus circulante derivado de vacina.

Secretaria da Saúde do Pará notificou o Ministério da Saúde. Segundo o relatório clínico enviado à pasta federal, paciente é uma criança de 3 anos de idade que tem registro de duas doses da vacina da pólio oral (VOP), sendo a primeira dose em 7 de junho de 2021 e a segunda em 20 de agosto deste ano, não constando registro de vacina da pólio inativada. Ou seja, a criança não estava com o esquema vacinal da doença completo.

Ainda segundo o relatório, a criança foi atendida no ambulatório, não chegou a ser internada e segue em observação. Já foi solicitado à Coordenação Estadual do Estado do Pará o resultado de exames clínicos e o histórico de doenças desta criança e avaliação de um neurologista.

A paralisia flácida aguda (PFA) é uma síndrome clínica que em alguns casos traz sintomas como fraqueza nas pernas, dificuldade motora, alterações de despolarização que geram espasmos musculares e podem ser acompanhadas de atrofia muscular. Entre suas causas estão a poliomielite.

O poliovírus circulante derivado de vacina por vezes é encontrado em populações que não foram completamente vacinadas. São chamados de ”derivados da vacina” porque são uma forma modificada de uma estirpe originalmente contida na vacina oral da poliomielite (VOP). A VOP contém uma forma viva mais enfraquecida do poliovírus.

Em nota, o Ministério da Saúde informou que não há registro da circulação do vírus no Brasil e que, o caso do Pará, não se trata de poliomielite. O órgão admitiu que ainda investiga o caso.

Confira a nota na íntegra:

A pasta enviou equipe ao estado do Pará nesta quinta-feira (6) para investigar um caso de Paralisia Flácida Aguda. De acordo com informações enviadas pela secretaria estadual de saúde, o caso pode estar relacionado a um evento adverso ocasionado por vacinação inadequada. É importante ressaltar que não se trata de poliomielite.

O Ministério da Saúde reforça que pais e responsáveis vacinem suas crianças com todas as doses indicadas para manter o país protegido da poliomielite, doença erradicada no Brasil.

Imunização

Desde o início da Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite é identificada a dificuldade de atingir a meta estabelecida de pelo menos 95% da população infantil menor de 5 anos.

A doença, também chamada de paralisia infantil, tem certificado de erradicação no país desde 1994, mas a baixa cobertura vacinal nos últimos anos preocupa especialistas. Segundo o Ministério da Saúde, a cobertura vacinal está em torno de 60%.

Embora registrada no Brasil desde o fim do século 19, segundo o Ministério da Saúde, a poliomielite estava erradicada no território nacional há três décadas. O último caso foi detectado em 1989 na cidade de Souza, na Paraíba.

Encerrada no dia 30 de setembro, a Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e Multivacinação chegou a ser prorrogada pelo Ministério da Saúde. Até o momento, segundo dados da plataforma LocalizaSUS, a cobertura vacinal de crianças está em 61,9%.

Em Uberaba, a campanha foi prorrogada até o dia 21 de outubro. De acordo com a Central de Vacinas, a cobertura da vacinação contra a pólio continua aquém do que deveria, e devido ao aumento da procura nos dias de ontem e hoje, foi solicitada pelos municípios essa prorrogação, para tentar atingir os índices necessários. Além da prorrogação da campanha na cidade, a Central de Vacinas continuará a realizar ações nos Centros Municipais de Educação Infantil (Cemeis), nas escolas e com o projeto Vacina Aqui. Todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da rede municipal estão empenhadas na campanha, incluindo as Unidades Matriciais de Saúde (UMSs), que têm horário de atendimento estendido até às 20h, de segunda a sexta-feira.

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