SAÚDE

"Sem vacina, não haveria hospital para mais nada, apenas para atender à Covid", diz infectologista

Luiz Henrique Cruvinel
Publicado em 26/02/2022 às 12:42Atualizado em 18/12/2022 às 18:24
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O infectologista Vitor Maluf Curi, em entrevista à Rádio JM, traçou o paralelo entre os cenários da pandemia de Covid-19 nos dois primeiros meses de 2022 e de 2021. Apesar da escalada progressiva de casos neste ano, só é possível cogitar o encerramento do período pandêmico graças à vacinação, segundo o especialista. Caso contrário, não haveria a menor possibilidade de atendimento ao número de infectados.

Aos microfones da JM, o infectologista declarou que a importância da cobertura vacinal está nítida nas salas de atendimento dos hospitais. “Praticamente todos os pacientes são idosos, ou com comorbidades graves que justificam a infecção grave. Está parecendo quando começamos com H1N1. No começo da pandemia, quantos jovens e pessoas sem comorbidades faleceram sem a vacina? esse pessoal sumiu”, revelou.

Esse quadro pode ser comparado ao do início de 2021, quando houve aumento expressivo na taxa de transmissibilidade e, consequentemente, de letalidade do vírus. À época, a superlotação de unidades de saúde e a escassez de medicamentos eram realidade em Uberaba, já que o atraso no início da aplicação das vacinas permitiu a livre circulação do coronavírus.

“Com esse tanto de gente contaminada, sem a vacina, não teria hospital para mais nada. Estariam todos fechados para atender só à Covid”, considera Vitor Maluf.

Há meses com o número de casos ativos altos, o especialista espera que o panorama na cidade seja como o visto nos países africanos, com o pico em poucas semanas e depois a amenização da incidência de infectados. No entanto, ainda não é possível falar sobre a Covid-19 como uma endemia, já que estão em alta os números de transmissão e internação.

“Ainda tem a transmissibilidade alta. A esperança é que isso possa acontecer, a não ser que chegue outra cepa. Essa é menos letal, o que é muito bom, e dissemina mais entre a população. Mas, além disso, precisamos fazer a vacinação completa. Cada vez mais com isso, se aparecer outra, os organismos ficarão acostumados com o vírus, e cada vez menos doenças graves serão registradas”, finaliza Vitor Maluf.  

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