ATENÇÃO À SAÚDE

Seu estado emocional pode afetar seu intestino; entenda

Câncer de intestino é o terceiro tipo mais comum no Brasil e números de casos preocupam especialistas

Daniela Miranda
Publicado em 28/05/2023 às 18:12
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A rede de células nervosas que reveste o trato digestivo é composta por 100 milhões de neurônios e é popularmente conhecida como o "segundo cérebro". Embora tecnicamente seja chamada de sistema nervoso entérico, essa extensa rede tem uma conexão íntima com o cérebro humano. Em uma entrevista exclusiva ao programa JM News 1ª Edição, a médica proctologista Esther Andrade explicou que problemas pessoais e emocionais podem desencadear desarranjos intestinais, resultando em sintomas como diarreia, prisão de ventre e dores abdominais. 

De acordo com a médica, algumas dicas podem contribuir para manter uma saúde intestinal adequada. “Beber dois litros de água por dia e o consumir seis porções de fibras, como legumes, verduras, frutas e cereais, como linhaça, gergelim, chia e aveia, além da prática de atividade física regular. Esses hábitos saudáveis funcionam como fatores protetores, principalmente na prevenção de algumas doenças ocasionadas pelas idades, pois o intestino também envelhece”, explica Esther.  

Durante a entrevista, foi abordada a preocupante realidade de que o câncer de intestino é o terceiro tipo mais comum no Brasil. O Instituto Nacional de Câncer (INCA) projeta em 45.630 o número de novos casos de câncer de intestino no Brasil para o triênio de 2023 a 2025. Se tais projeções se confirmarem, de acordo com as entidades, a doença alcançará contingente superior a 136 mil pessoas no país.  

Segundo Esther, atualmente o rastreamento desse tipo de câncer é recomendado a partir dos 45 anos, com base nas diretrizes da Sociedade Americana de Coloproctologia, adotadas pela Sociedade Brasileira de Coloproctologia. “A colonoscopia é o principal método utilizado para o rastreamento do câncer colorretal. Mesmo sem sintomas aparentes, a importância de realizar o acompanhamento com um coloproctologista a partir dos 45 anos, assim como mulheres fazem com ginecologistas e homens com urologistas. Esse acompanhamento anual é essencial para a prevenção desse tipo de câncer” 

Esther Andrade esclareceu que a frequência com que a colonoscopia é realizada depende dos resultados do primeiro exame. “Caso o resultado seja normal, a repetição é indicada após três anos. Por outro lado, se forem identificados pólipos ou outras alterações, a frequência de acompanhamento pode ser definida pelo médico de acordo com as características do paciente”, informou.  

Questionada sobre os sinais que indicam a necessidade de realizar uma colonoscopia, a proctologista destacou que, além da idade, pessoas com histórico familiar de câncer de intestino devem ser investigadas. “Sintomas como perda de peso inexplicável, alterações no hábito intestinal, presença de sangue nas fezes, dificuldade para comer e fortes dores abdominais também devem ser considerados como sinais de alerta, levando à procura de um especialista para avaliação”, reformou a médica proctologista.  

Ainda durante a entrevista, a proctologista abordou a diferença de frequência de idas ao banheiro entre homens e mulheres. Esther Andrade explicou que, objetivamente, os homens costumam ir ao banheiro mais vezes que as mulheres. “Se a gente for olhar isso de forma bem objetiva é isso que acontece, mas por uma questão social. A mulher cresce ouvindo da mãe que não pode ir ao banheiro, na rua, ou se sentar no vaso. Aí vai criando esse estigma e ela não vai no banheiro se não for na casa dela. E se ela viaja então piorou, né?”. 

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