Tratamento de doenças cardíacas tem novo aliado

As doenças cardiovasculares aparecem em primeiro lugar entre as causas de morte no Brasil, cerca de 60% dos óbitos na faixa dos 30 aos 69 anos. Mas o III Congresso de Cardiologia, que acontece até este sábado, no auditório A da UFTM, revela novas esperanças no tratamento de algumas delas. Segundo o especialista em cardiologia intervencionista do Instituto Uberabense de Cardiologia Invasiva (IUCI), Fernando de Martino, o tratamento tradicional de problemas na válvula aórtica do coração é feito por meio de cirurgia, com a implantação de correções. “Mas a tendência é cada vez ser menos invasivo, com menos cortes e menos cirurgias. A cardiovascular é um dos ramos que mais se desenvolveram nesse sentido, com tratamento percutâneo, ou seja, feito sem abrir o peito. Desentope artérias do coração através da virilha ou do braço”, explica.   Para o cardiologista e pesquisador do Instituto do Coração (Incor) e médico do Hospital Israelita Albert Einstein, Marco Antônio Perin, as vantagens do novo procedimento, que já acontece há cinco anos no exterior e há dois no Brasil, é a diminuição expressiva dos riscos de morte do paciente, por infarto ou infecções. “Antigamente, pacientes que tinham grandes lesões na coronária eram obrigados a se submeterem a cirurgias de ponte de safena. Hoje, podem ser tratados com a aplicação de pequenas próteses, tendo os mesmos resultados da cirurgia, em curto e longo prazo”.   Perin explica que em uma hora o paciente já tem o problema resolvido, sem anestesia geral, e no dia seguinte vai para casa. “Em três dias, ele pode retornar às atividades normais, diferente do procedimento antigo, em que o paciente só é liberado depois de três meses e tem problemas de trauma por ter que abrir o tórax, o que é muito doloroso”, destaca. No entanto, ele afirma que ainda não há liberação para que o tratamento seja realizado pelo Sistema Único de Saúde.