Segundo a psicóloga Thassiana Pereira, no gaslighting o abusador distorce a realidade para confundir a vítima (Foto/Arquivo Pessoal)
Com a ascensão das redes sociais, a pauta “relacionamento abusivo” se tornou um assunto mais abordado entre as pessoas, que cada vez mais compartilham suas experiências. Com essa troca mais difundida, novos termos começaram a ser implementados ao vocabulário, definindo uma atitude ou comportamento. Entre eles, existe o gaslighting.
Palavra de origem inglesa, o termo significa um tipo de violência psicológica que tem como vítimas, na maioria dos casos, as mulheres, bem como na maioria dos casos de relacionamento abusivo. No entanto, não significa que homens sejam eximidos.
Segundo a psicóloga Thassiana Pereira, o gaslighting é uma forma de o abusador distorcer informações e parecer que a vítima é que está confusa e/ou se sentir culpada. “O abusador, no caso, faz isso de forma consciente, apoiado em pilares do machismo. E, conforme ele ganha “espaço” para dúvida dentro do relacionamento, mais ele pratica o ato de distorção da realidade para confundir a vítima”, explica.
Apesar de comumente acontecer em relações afetivas, essa condição pode se desenvolver em relacionamentos familiares, profissionais e até entre amigos. O gaslighting baseia-se, essencialmente, em obter controle sobre os demais através de táticas de persuasão para diminuir a autoestima da vítima. Na medida em que a vítima vai aceitando o comportamento manipulativo, o nível de manipulação vai aumentando gradativamente.
Ainda de acordo com Thassiana, a vítima, geralmente, não percebe quando o gaslighting está acontecendo. “Precisa ter uma terceira pessoa para alertar”, afirma.