A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) receberá alocação de R$ 10 milhões para o início dos testes clínicos em humanos da Calixcoca, uma promissora vacina terapêutica desenvolvida pela para combater a dependência de cocaína e crack. O investimento foi anunciado pelo governo de Minas Gerais nesta sexta-feira (21).
O secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti se reuniu com a reitora da UFMG, Sandra Regina, quando foi fechado o acordo. De acordo com o secretário, o estado acredita que, caso a vacina demonstre eficácia, poderá auxiliar na redução dos impactos do consumo de drogas em Minas.
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“É um recurso do estado. As primeiras fases do estudo foram fomentadas pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG), e agora com os resultados promissores em camundongos, agora vem o ensaio clínico. A reitora nos pediu apoio e colocamos os primeiros R$ 10 milhões para que ela consiga fazer esses ensaios. Ela é muito promissora porque sua plataforma pode ser capaz de criar vacinas contra novas formas sintéticas”, explica.
Sandra Regina, reitora da UFMG, explica que a vacina é produzida a partir de componentes químicos e tem o objetivo de combater a dependência de cocaína e crack. Segundo ela, os estudos já demonstraram resultados expressivos. Agora, a pesquisa entra na fase clínica, que deve durar aproximadamente dois anos.
“Temos reuniões com a Anvisa para ver quais são os procedimentos adotados. Teste clínicos são com as pessoas, e esse aporte inicial vai deixar com que a gente deixe esse salto. Os testes devem começar em breve, mas deve demorar de um a dois anos para termos esse resultado. Temos uma demanda social muito grande e acreditamos que vai mudar todo o tratamento da dependência do crack e cocaína”, afirmou.
O Brasil é o segundo maior consumidor mundial de cocaína, de acordo com dados da Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes (Fife), vinculada à Organização das Nações Unidas (ONU). A droga se tornou um problema de saúde pública no país, e tanto o governo federal quanto os estaduais buscam alternativas para tratar os dependentes dessa substância.