A vacinação contra a Covid-19 chegou às crianças já no início de 2022, trazendo as mesmas polêmicas que foram levantadas ainda na imunização da população adulta. Alguns pais têm deixado de imunizar seus filhos por não acreditarem na eficácia dos imunizantes contra o novo coronavírus, enquanto outros vão além e acreditam que a vacinação cause problemas cardíacos, entre outras doenças, contradizendo todos os estudos realizados por especialistas.
No entanto, o pediatra Sandro Penna afirma que a classe pediátrica tem aconselhado os responsáveis a realizarem a vacinação contra a Covid-19, afirmando que diversas autoridades sanitárias atestaram os benefícios da imunização. “A gente tem trabalhado com coisas concretas. Então, os dados que a gente tem das vacinas, dos testes, quando foram feitos, os testes de avaliação, e que foram aprovados pela Anvisa, pelo Ministério da Saúde, pela Sociedade de Pediatria, a Sociedade Brasileira de Pediatria, a Sociedade de Imunização; todas as entidades aprovaram a imunização, tanto a CoronaVac quanto a vacina da Pfizer”, pontua Penna.
O pediatra explica que, apesar de o risco da Covid-19 ser menor nesta faixa etária do que em outras, ainda assim existem mortes de crianças pelo vírus. Além do mais, novas cepas continuam surgindo e não se sabe como a evolução da doença poderá atingir crianças futuramente. “A gente não sabe se essa cepa pode vir a ter uma mudança futuramente e, com certeza, a criança estando vacinada, ela estará protegida”, ressalta Sandro.
Assim como os adultos, o principal alvo da Covid-19 são crianças com comorbidades, por isso é muito importante que elas estejam imunizadas, explica o médico. “Qualquer criança com comorbidade vai ter mais risco, como um adulto também: a criança cardiopata; a criança neuropata que fica acamada; as crianças que têm um déficit de imunidade; as crianças com síndrome de Down que têm déficit de imunidade; as crianças com HIV. Então, as crianças com comorbidades vão correr maior risco de terem agravo com Covid, assim como os adultos”, afirma.
No entanto, apesar de as doenças respiratórias, estando inclusa a H3N2, estarem trazendo o maior problema ao sistema de saúde neste momento, outras doenças continuam se proliferando, principalmente com a negligência na imunização contra elas.
“Lógico que as meningites continuam existindo, síndrome mão-pé-boca teve muito este ano, apesar de ser uma doença benigna. As crianças precisam estar protegidas com a vacinação. Hoje, o calendário brasileiro de vacinação é muito completo e, às vezes, com a pandemia, muitos pais deixam de ir aos postos com medo de vacinarem as crianças com as vacinas do dia a dia, do nosso calendário, já aprovadas. Então, deve-se manter o calendário de vacinação atualizado, porque nesse calendário estão contempladas as doenças que levam a situações graves”, finaliza.