Outro fato chama a atenção da gerente do Caism, Thelma Elias Rimoli, o crescimento do número de mulheres que iniciam a vida sexual ainda jovens, antes dos 15 anos. De acordo com estudo feito pela Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher de 2006 (PNDS), nos últimos dez anos mais mulheres decidiram ter relações sexuais mais cedo. O estudo, realizado com 15 mil mulheres entre 15 a 49 anos, e 5 mil crianças, com até 5 anos, em 2006 e 2007, contatou que de pouco mais de 5 mil gestações, em 0,2% das mulheres do Sudeste, nenhuma consulta de pré-natal foi realizada. Mas o mínimo de seis consultas de pré-natal, estabelecidas Ministério da Saúde, foi feito apenas em 77% das gestantes. O Caism oferece o acompanhamento de pré-natal até o fim da gestação para as usuárias encaminhadas pelas equipes de Unidade de Saúde da Família ou as Unidades Básicas que avaliam a gestante para o atendimento necessário. Segundo a gerente, o Centro está para receber um ultra-som este mês e tem disponível uma médica especializada no atendimento de adolescentes para, a partir deste ano, acompanhar também as gestantes de médio risco de complicações. “Já que a gravidez na adolescência é um problema maior do que para a mulher madura, então o Caism está se preparando para atender esses casos”, destaca. Para a gerente, após a revolução feminina que abriu espaço para a mulher na sociedade, muitas esqueceram que toda conquista tem um peso. E as adolescentes iniciam a vida sexual ativa sem estarem prevenidas para isso. “Sexo ainda é um assunto tabu entre mães e filhas, e é isso que queremos também, que o Caism seja uma porta aberta para essa adolescente, que quer ter uma vida sexual, vir buscar uma orientação”, pontua Thelma.