No ano do centenário de descoberta da Doença de Chagas, o Jornal da Manhã noticiou, na terça-feira, 8, a captura de mais de 60 barbeiros, insetos conhecidos como transmissores da doença, na região de Uberaba. Segundo o chefe da Seção de Controle de Endemias do Centro de Zoonoses de Uberaba, José Donisete Vilela, foram trabalhados 563 imóveis, dos quais em 34 deles havia a presença do barbeir 56 da espécie Triatoma sórdida e dez da Panstrogelus megistus. No entanto, de acordo com matéria veiculada na terça-feira, moradores têm registrado um aumento no número de insetos nas áreas da zona rural fiscalizadas, onde foram encontrados os barbeiros, o que foi confirmado nos últimos anos em Uberaba. Em 2005, foram encontrados barbeiros em 18 dos 621 imóveis trabalhados, representando um índice de 2,8%. No ano seguinte, foram capturados barbeiros em 118 dos 3.162 imóveis, acusando um índice de 3,7%. Em 2007, foram encontrados barbeiros em 110 casas de 1.261 imóveis vistoriados, ou seja, um índice de 8,7%. Já no ano passado, entre 1.572 imóveis, o índice voltou a baixar para 6,8%. Segundo o agente da Zoonoses, Paulo Gondin, a atual campanha de inspeção está apenas na metade e o número de insetos capturados pode aumentar. “Os barbeiros encontrados são transmissores da doença de Chagas”, afirma. Porém, Vilela ressalta que a situação epidemiológica do município se encontra controlada e que a população não precisa ficar alarmada já que todos os exemplares passaram por exames e nenhum deles encontra-se doente. Dados do Ministério da Saúde sustentam que, desde 2005, não são registrados novos casos da doença em Minas Gerais. Na área urbana, o inseto pode ser encontrado com mais frequência em periferias nas proximidades de chácaras com criações de animais. “Na cidade, para que haja um barbeiro é preciso que a pessoa o esteja trazendo da fazenda, o que é mais difícil”, destaca Vilela. Cuidados. Além da borrifação de inseticidas, outras formas de controle correspondem às melhorias das habitações: manter o reboco das paredes regulares sem frestas, onde o barbeiro possa alojar; verificar periodicamente atrás de quadros ou molduras e debaixo de colchões; trocar e queimar as palhas dos ninhos de galinhas semanalmente; evitar que as galinhas fiquem sobre aglomerados de tijolos, palhas, madeiras e outros entulhos.