Se houver tempo

A semana foi concluída com o Dia Internacional da Mulher. Muito bom. Merecidas homenagens. É necessário e importante para a consolidação dos direitos assegurar as conquistas, esculpir moralmente as nossas diferenças de natureza.

Mulheres e homens são iguais, mas diferentes em todos os aspectos, exceto em nossa humanidade. Nada de novo nisso, sem que seja desnecessário dizer. Ao perdurar o Dia da Mulher é porque as diferenças insistem em não nos abandonar nas desigualdades de gênero. Embora o tempo de escolaridade da mulher supere a do homem, essa diferença não se equivale na remuneração do trabalho feminino. Pelo menos em nosso país, onde devemos nos mirar, sem comprometer o olhar em outros exemplos, às vezes esquecidos para melhor e para pior.

Somos diferentes, devemos ser tratados diferentemente vislumbrando a igualdade de tratamento. Não há Constituição que por si só gere a igualdade, são necessários instrumentos públicos e privados voltados a esse ideal. Mas os passos para a superação foram dados corajosamente pelas mulheres. São séculos de lutas e as perspectivas são de manutenção dessa luta, tanto local como mundial. Alguns países ficaram para trás, outros avançaram.

É preferível, resguardado os aspectos culturais, que ocorram avanços em prol de uma melhor relação entre os gêneros. Homens e mulheres merecem o arrefecimento do conflito e que costuremos relações saudáveis. Relações não sadias adoecem vários. Nesta luta de superações e de conquistas, vários caroneiros se desgarram em caminhadas solos. As suas passeatas agora compõem outros segmentos da sociedade, que reivindicam também os seus direitos. Ficamos nós, os heterossexuais, desprovidos de um cantinho para falarmos de nossa natureza. Somos vistos com suspeitas e, às vezes, tratados com descuido, como se fôssemos provedores de soluções de nossas fragilidades.

No entanto, não somos. Nessa relação entre homens e mulheres, não existem conflitos quando ambos se reconhecem em sua natureza distinta. Mulher é antenada, articulada para afazeres diversos, são sociáveis e adoram conversar sobre o nada, embora saibam falar de tudo. Homem é bicho desconfiado, silencioso sobre si e atrevido nas iniciativas. Gosta de mulher e é frágil em sua sedução. Permite-se sem se entregar. Quando só, tem inclinação ao suicídio. Não aprendeu a discutir os sentimentos e nem a relação. Não chame um homem para discutir a relação, porque ele não saberá.

É desatento e é sempre traído pelo ciúme que existe e não é declarado. Nós, heterossexuais, temos que nos inclinar à reflexão sobre a nossa natureza, sob pena de sermos transformados naquilo que não somos ou assumirmos comportamentos pela falta de percepção do que realmente se é. Nada melhor do que mirarmos nos cuidados que a mulher tem consigo. Elas são fonte de sabedoria.