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Se os almanaques voltassem

Quem já vive por várias décadas

Manoel Therezo
Publicado em 23/11/2013 às 19:23Atualizado em 19/12/2022 às 10:08
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Quem já vive por várias décadas, certamente ainda se lembra dos “Almanaques”. Eram revistinhas simples. À medida que foram sendo procuradas em razão de suas interessantes e diversificadas informações, cuidaram de lhes dar melhor apresentação, quando algumas passaram a vir entre capas como os livros. Eram com elas que muitos comerciantes daqueles tempos no final de cada ano, brindavam aos seus fregueses. Hoje, alguns fazem o mesmo com folhinhas (calendário). Outros, sequer se interessam por isso. Outros ainda, nem procuram saber o nome de seu freguês. Tudo é pago na segurança do cartão de crédito e pronto; é o que a eles interessa. Eu por exemplo, abasteço o carro em um posto já por uns dez anos. Lá estou duas ou três vezes por semana. Nunca o proprietário perguntou pelo meu nome. Eu sei o dele porque sou doutra época e tenho esse cuidado social. Traziam os Almanaques informações da Historia da Civilização, da Literatura, da Física, da Matemática, também de muitas diversões interessantes. Ainda me lembro de alguns interessantes enlaçados com barbante que num simples movimento, se desenrolam como por encanto. Eram fartas de informações. Na atualidade, a internet também é—mesmo assim, muitos não sabem ainda de que forma e por onde passaram aqueles humanos que já estavam por aqui primeiro que Pedro A. Cabral que se diz haver descoberto estas terras já descobertas. Ensinavam aquelas revistinhas que aqueles que aqui já estavam, haviam passado pelo Estreito de Bering que separa a Ásia da América do Norte numa distância de 80 quilômetros e, que essa atravessia ocorreu quando suas águas se congelaram. Outra hipótese não reforça essa do congelamento, admitindo haver ocorrido uma atravessia normal. Sempre os Almanaques traziam enunciados de princípios da Física que, desrespeitados, são consequentes—mas, parece que a indústria automobilística mesmo consciente, ainda fabrica veículos conflitantes com aquele severo principi “Se a altura for maior que a largura, o equilíbrio estará passível de ser rompido”. Certamente por tal desrespeito, sempre deparamos nas rodovias, caminhões e carretas de rodas para cima. Quem sabe, os motoristas de hoje não estão a par daquele princípio e doutros importantes que a Física exalta: Força Centrifuga—Velocidade—Atrito. A “Força Centrifuga” como todos sabem, afasta o objeto do centro para a periferia. No caso, ela joga o caminhão ou a carreta no barranco. A alta Velocidade que é coisa muito séria, contribue para a redução do Atrito que é o momento do contato entre dois corpos, no caso, caminhão e solo. Se o “Atrito” não for mantido, o veículo em “Velocidade” acaba se desgovernando como acontece nas rodovias molhadas (aquaplanagem). Se os almanaques ainda existissem, essas informações estariam em suas páginas tratadas com figuras demais didáticas e engraçadas. Também, trariam em letras enormes: “Carros Flex- (gasolina e álcool) é bom—mas, motorista Flex- (água e pinga) é um perigo no volante”. Que beleza se os Almanaques Voltassem. Seriam de novo, uma escola barata ensinando coisas que tantas outras caríssimas não ensinam.

(*) manoel_ marta@hotmail.com

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