Em junho de 2008, escrevi aqui, neste espaço, sobre a arte de “secar” o time alheio. Naquela época, falei sobre a final da Taça Libertadores da América...
Em junho de 2008, escrevi aqui, neste espaço, sobre a arte de “secar” o time alheio. Naquela época, falei sobre a final da Taça Libertadores da América, quando o Fluminense acabou derrotado para a LDU, do Equador. Bolaños, autor do gol da vitória do time equatoriano, fez a alegria do seu clube e dos secadores de plantão – não é isso, flamenguistas, vascaínos e botafoguenses? Os tempos são outros, mas a história se repete. Quando surge o alviverde imponente, no gramado em que a luta o aguarda, lá vem os torcedores do time rival e também os secadores de ocasião, leia-se, atleticanos, são-paulinos, colorados gaúchos, flamenguistas e, é claro, corintianos. ’Tá todo mundo secando o Palmeiras. E caso outro time assuma a liderança do certame – o que parece bem provável, visto o que anda jogando o time de Muricy Ramalho – outros tantos secadores aparecerão para torcer contra o sucesso adversário. Novamente, o Fluminense, conta com o apoio incondicional de sua torcida para fugir da degola. Mas, do outro lado, existe a torcida contra dos secadores apaixonados pela derrota alheia. O que tem de gente torcendo para o Tricolor da Laranjeiras ser rebaixado não está escrito! É assim. É o futebol! Torcer contra, às vezes, é mais engraçado do que torcer pelo nosso time de coração. Ora, com a seleção brasileira classificada para Copa do Mundo do ano que vem, com duas rodadas de antecipação, muitos se dedicaram a torcer contra nossos “queridos hermanos”, os argentinos de Maradona e Cia. Infelizmente, não deu. Mas tenho que concordar com José Geraldo Couto, colunista da Folha de São Paulo. Segundo ele, um amigo lhe disse que a Copa do Mundo sem a Argentina é como a Segunda Divisão sem o Fluminense: não tem graça. Eita! Tudo isso, é bom que aprendamos, faz parte do futebol. É apenas mais um tempero para apimentar ainda mais o molho saboroso e suculento que nos é servido pelo esporte. É o molho da alegria. Um amigo tricolor me disse que isso tudo faz e deve fazer parte do futebol. Senão iria ficar muito sem graça. Se não existir aqueles que torcem contra, quem a gente vai “cornetar” no dia seguinte? – ele pergunta. Uaí! Melhor do que comemorar uma vitória ou um título, é poder zoar com a cara daqueles que sempre torceram contra. É mais saboroso. Já pensou se todos fossem torcedores do mesmo time? Imagine a cena: seu time ganha e não tem com quem você tirar um sarro... Ah, iria ser muito sem graça. É claro que no dia seguinte à rodada do campeonato, a gente encontra todo tipo de torcedor. Tem torcedor triste, feliz e tem aquele que não está nem aí, pois sabe que daqui a uma semana tem mais, muito mais... É isso.