Em Minas o processo eleitoral está concluído. O mineiro optou pelas propostas do PSDB
Em Minas o processo eleitoral está concluído. O mineiro optou pelas propostas do PSDB e não se rendeu aos clamores do presidente Lula. Não por aversão a ele e sim por entender que o governador Antonio Anastasia é o mais preparado para levar à frente um projeto de Estado. O adversário – Hélio Calixto Costa – além de se esconder por detrás do Lula não foi capaz de apresentar um projeto factível aos mineiros. Sem falar da liderança incontestável do Senador Aécio Neves, que soube conduzir o processo eleitoral sem se acovardar frente à estrutura de oposição e não se perdeu com promessas messiânicas Em crônica anterior escrevi que o mineiro é assim, não aceita pressão e tem talento à resistência.
O processo agora está concluso, faltando o segundo turno para presidente da república. Será uma batalha. Minas e São Paulo – PSDB – com os seus governadores eleitos poderão dedicar mais tempo à campanha presidencial, não obstante, o PT também fez, juntamente com os seus aliados, governadores em primeiro turno. Porém, o colégio eleitoral de Minas e São Paulo podem responder de forma mais homogênea às suas lideranças.
Contudo, o processo eleitoral presidencial ainda não está definido. O tucano Serra terá que mudar o modelo de seu programa eleitoral, aprofundar o discurso de suas propostas governamentais e assumir uma postura de oposição à presidenciável petista Dilma, mostrando aos eleitores que são líderes diferentes, com propostas diferentes, mesmo que trabalhem com propostas estruturais iguais.
O brasileiro quis um segundo turno justamente para saber qual é a proposta dos candidatos à presidência da república. Não se pode aventurar num resultado unicamente porque um presidente, com alta popularidade, quer assim. Mas se a sua candidata não consegue estabelecer um raciocínio em torno de uma proposta e o seu adversário também não, então é partir para uma segunda rodada de discussão. Por outro lado, a presença da candidata Marina – PV – contribuiu e muito para esse momento histórico de restabelecimento do debate.
Que os candidatos Dilma e Serra apresentem as suas propostas com mais clareza, definam as suas linhas de programa, assumam compromissos exequíveis e façam do segundo turno um encantamento de ideias. Que os problemas nacionais sejam postos à mesa, que os avanços sejam reconhecidos e a arrogância de dizer que o Brasil começou agora seja desmascarada. Assim como não se deve menosprezar as conquistas da Era Lula, não se deve esconder as conquistas e os avanços da Era FHC.
O segundo turno serve à reflexão e ao desnudar das propostas, revelando as suas intenções. É também um realinhamento de alianças e de compromissos partidários que, nessas eleições geraram combinações inacreditáveis; caberá ao segundo turno recompô-las em seus eixos comuns. O primeiro tempo está posto e concluso. O segundo tempo é uma nova conversa, sem perder o assunto inicial. Porém, fez bem o eleitor em jogar a decisão presidencial para depois. Os senadores, deputados federais e estaduais estão definidos e vários governadores eleitos, podemos então, todos nos dedicar à definição presidencial.
(*) professor