Começou a Copa do Mundo, mas é nesta semana que todas as reflexões e previsões estarão sob averiguação da veracidade. Das mais otimistas às menos entusiasmadas estarão sob o comando do condão mágico das seleções. As colônias de imigrantes, sem disfarces, torcerão pelas suas respectivas nacionalidades, em nome do amor à pátria abandonada, esquecendo o acolhimento brasileiro. Aquelas localidades, não sob a influência direta dos jogos, irão acompanhar o desenrolar das ações em torno do certame internacional, onde a bola vale mais que qualquer outro objeto e o talento e a destreza em chutá-la – não há profissão que se iguale em remuneração e visibilidade como o futebol – são destaques. Daqui a pouco começam as pesquisas científicas, justificando o talento biologicamente; essas pesquisas se equivalem àquelas que justificaram o racismo ao tentar demonstrar, mas demonstrando equivocadamente, a superioridade de uma etnia em detrimento a outras etnias; inclusive categorizando-as em preto, branco, amarelo e vermelho (que eram os índios). Ao se misturarem, formavam o mameluco, cafuzo e o mulato... Coisa de cientista doido, que foi ensinado em sala de aula, e muita gente ficou doida por acreditar nisso. Mas no futebol não tem segredo, são talento e treino aliados a um bom empresário, que conhece os segredos; não precisam justificar biologicamente. Essa Copa do Mundo megalomaníaca, idealizada falsamente pelo ex-presidente para ser de todos, não empolgou os corações dos brasileiros e despertou reações as mais diferentes. No entanto, os meios de comunicação, que vivem de vender ilusões e aquisições fáceis, insistem em nos afogar com a enxurrada de propagandas, como se nos quisessem na mais profunda alegria da ilusão. Talvez – mais uma previsão –, quando a bola começar a rolar nos estágios, nós nos entregaremos à emoção, esquecendo a equivocada estratégia do governo federal ao se imiscuir com a Fifa para que o país abrigasse o campeonato internacional. Não tenho dúvidas de que o Brasil será campeão; afinal: fizemos o para casa direitinho, inclusive com renúncia de impostos para a Fifa, e tantas outras aberrações jamais vistas por outro país. Temos talento e procuração para sermos os campeões do mundo. Vamos deixar a bola rolar e observar os fatos. Aqui, em BH, há uma calmaria na observação e uma expectativa de como será o comportamento daqueles que não poderão catar as latinhas na rua, vender o churrasquinho e nem transitar livremente; a Copa de todos é para alguns bem privilegiados. A exemplo daqueles que ganharam ingressos do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, são clientes preferenciais, não eu e nem vocês, singulares pagadores de impostos. São bancos estatais farreando com o nosso dinheiro. Assim como é a Copa do Mundo.
