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Sic transit gloria mundi...

No escrever tantos anos descobri uma coisa interessante: nada é mais intrigante

João Gilberto Rodrigues da Cunha
Publicado em 31/08/2011 às 20:26Atualizado em 19/12/2022 às 22:33
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No escrever tantos anos descobri uma coisa interessante: nada é mais intrigante ou atraente para o leitor que inserir título ou frase em língua estrangeira. A preferência moderna é por frases em inglês. Fica bacana porque quase todo mundo está viciado e conhece alguma coisa desta língua, e se julga prestigiado em traduzi-la para a mocinha arrumadeira ou cozinheira.

 

Malignamente, eu ponho o título em latim, língua tão morta quanto a educação e os costumes atuais. Querem ver? O título acima foi submetido à tradução do Dino, que ficou confuso, embaralhou as marchas e traduziu: o trânsito da gloria tá mesmo imundo, precisa mandar lavar... Pensei um pouco, e até concluí que por outras vias a tradução do Dino serve. E me explico.

A idéia original que me afligiu nasceu dos tempos modernos, lendo na VEJA as notícias do desabamento de ambições e glórias de tantos políticos desta época. A presidente Dilma parece-me aquela cegonha da fábula que já contei, e que Zeus, de saco cheio, mandou para substituir o pedaço de pau que era rei das rãs... e a cegonha começou a comer seus insubordinados súditos...

Pois é, meu amigo! Nunca vi tantas rãs ministeriais, governamentais e coisas e tais serem postas no olho da rua, encerrando suas carreiras de safadezas, combinações e caixa-quatro (a dois já era...). Tenho a remota esperança de que nossos políticos leiam... e entendam o que significa a passageira glória por que lutam, mentem, falsificam... e no futuro se decepcionam pelo fracasso ou pela morte.

Outra frase latina, hoje estou com a cachorra: ARS LONGA, VITA BREVIS. Ou seja, a arte é duradoura, mas a vida é passageira... Isto devia estar gravado na camisa esportiva de todos os políticos, mas, infelizmente, fica na cueca, bem escondida ou esquecida. Besteira pura é o procedimento de quase todos que fazem da política a sua vida e carreira. Praticamente todos abandonam a sua profissão, a sua família e casa, e passam a caçar votos, o prestígio, a eleição, os cargos, jornais e televisão.

 

Para isto, é claro, inventam coisas ou qualquer coisa que possa atrair e enganar o eleitor. Se um eleitor jogar na rua o penico antigo... logo sai uma lei que proíbe penicos em via pública! Mas o duro e definitivo está lá na frente; o idoso e abandonado chefe político, esquecido dos amigos e eleitores, ainda embriagado do passado, esquecendo que o substituto novo vai fazer um projet proibido jogar político velho na rua! Ars longa, vita brevis!

(*) Médico e pecuarista

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