Vez por outra, recebo sugestão de leitores amigos para que eu escreva algo sobre a importância do Lar, na edificação do ser humano. Como tenho notado, ultimamente
Vez por outra, recebo sugestão de leitores amigos para que eu escreva algo sobre a importância do Lar, na edificação do ser humano. Como tenho notado, ultimamente, que colunistas de vários jornais têm abordado o assunto, achei por bem não procrastinar semelhante intento, passando a externalizar, hoje, a opinião do Espírito de Emmanuel, que se encontra no livro O Consolador, recebido pelo médium Francisco Cândido Xavier, no início da década de 1940, constituído de perguntas e respostas, colocadas nas suas respectivas seções.
De início, as questões 108 e 109, de “Ciências aplicadas”:
“— Onde a base mais elevada para os métodos de educação?
— As noções religiosas, com a exemplificação dos mais altos deveres da vida, constituem a base de toda a educação, no sagrado instituto da família.
— O período infantil é o mais importante para a tarefa educativa?
— O período infantil é o mais sério, e o mais propício à assimilação dos princípios educativos.
Até aos sete anos, o Espírito ainda se encontra em fase de adaptação para a nova existência que lhe compete no mundo. Nessa idade, ainda não existe uma integração perfeita entre ele e a matéria orgânica. Suas recordações do plano espiritual são, por isso, mais vivas, tornando-se mais suscetível de renovar o caráter e estabelecer novo caminho, na consolidação dos princípios de responsabilidade, se encontrar nos pais legítimos representantes do colégio familiar.
Eis por que o lar é tão importante para a edificação do homem, e por que tão profunda é a missão da mulher perante as leis divinas.
Passada a época infantil, credora de toda vigilância e carinho por parte das energias paternais, os processos de educação moral, que formam o caráter, tornam-se mais difíceis com a integração do Espírito em seu mundo orgânico material, e, atingida a maioridade, se a educação não se houver feito no lar, então, só o processo violento das provas rudes, no mundo, pode renovar o pensamento e a concepção das criaturas, porquanto a alma reencarnada terá retomado todo o seu patrimônio nocivo do pretérito e reincidirá nas mesmas quedas, se lhe faltou a luz interior dos sagrados princípios educativos.”
No próximo artigo, veremos as questões 110 e 112, detendo-nos, depois, no que a obra de Allan Kardec tem a nos oferecer a respeito.
(*) Clínico geral e psiquiatra