Sou feliz?

A morte sempre me assustou. Não me sinto suficientemente bem preparado para seu encontro. O que me assusta ainda é o suicídio. Ninguém, em seu estado normal, põe fim à própria vida. Há alguma coisa de errado nesse gesto tão violento. Por isso é que não entendia a proibição da Cúria Romana de negar a missa de Sétimo Dia aos suicidas. Aquela oração era negada principalmente ao que mais dela precisava. Graças ao Concílio Vaticano II (se não me engano) a lei foi eliminada. Ainda falta muita coisa, mas o Papa Francisco está enchendo-nos de esperança.

A depressão, hoje, torna-se cada vez mais comum.

Parece que está na moda dizer “eu estou com depressão”.

Uma das causas da depressão é pensar e sentir que não somos amados. Temos medo de que ninguém nos queira bem. Por isso nos tornamos tristes e amargurados. Sentir-se amado é essencial para nosso equilíbrio emocional.  

Há três tipos de amor. O amor a Deus, o amor aos outros e o amor a nós mesmos, a autoestima. Nós nos sentimos realizados na medida em que amamos e somos amados. Seremos felizes quando abrirmos nosso coração para Deus, para nós mesmos e para os outros.

O amor é verdadeiro quando é equilibrado. Um amor desequilibrado é paixão e toda paixão é descontrolada e não leva à felicidade. Leva ao sofrimento.

É importante amar a Deus. É importante amar aos outros. Mas é também muito importante amar a nós mesmos. Autoestima faz parte de nosso crescimento afetivo. Não se trata de um amor exclusivo, doentio, achando que eu sou melhor que os outros. Isto é egoísmo. Ofende.

Nos momentos de dor, de contrariedades, de sofrimento, tenho certeza de que Deus me ama e me dá forças para enfrentar as dificuldades. Ele está dentro de mim. Por isso minha vida tem sentido. Por isso sou feliz. Minha vida é de Deus. E a Ele pertence.