Muitos como eu receberam a mensagem
Muitos como eu receberam a mensagem eletrônica que destaco a seguir, cujo texto consta ser de um general brasileiro. Senão vejamos:
“A NOSSA LIBERDADE (Gen. PAULO CHAGAS)
Liberdade para quê? Liberdade para quem? Liberdade para roubar, matar, corromper, mentir, enganar, traficar e viciar? Liberdade para ladrões, assassinos, corruptos e corruptores, para mentirosos, traficantes, viciados e hipócritas? Falam de uma “noite” que durou 21 anos, enquanto fecham os olhos para a baderna, a roubalheira e o desmando que, à luz do dia, já dura 26! Fala-se muito em liberdade! Liberdade que se vê de dentro de casa, por detrás das grades de segurança, de dentro de carros blindados e dos vidros fumê!
Mas, afinal, o que se vê? Vê-se tiroteios, incompetência, corrupção, quadrilhas e quadrilheiros, guerra de gangues e traficantes, Polícia Pacificadora, Exército nos morros, negociação com bandidos, violência e muita hipocrisia. Olhando mais adiante, enxergamos assaltos, estupros, pedófilos, professores desmoralizados, ameaçados e mortos, vemos “bullying”, conivência e mentiras, vemos crianças que matam, crianças drogadas, crianças famintas, crianças armadas, crianças arrastadas, crianças assassinadas”. O Sr. General vai longe... Então lhe respondi:
Se me permite V.Exa., quero lembrá-lo que a violência que assola a sociedade brasileira, teve o seu "start" no dia 22/11/1973. Que data é essa? É o dia que o Brasil, em plena ditadura, ganhou o seu “maior presente”: a Lei 5.941. O delegado paulista Sérgio Fernando Paranhos Fleury, homem de confiança da "Revolução", não podendo ser preso e condenado pelas atrocidades que fazia ou patrocinava, isso por saber demais, forçou "de baixo para cima" a edição da Lei. O Dr. Fleury venceu e ficou ileso. E o comandante maior da nação, Gen. Emílio Garrastazu Médici, com o apoio vergonhoso de um Congresso ajoelhado sancionou a maldita lei.
E quem era o então Ministro da Justiça? O notável jurista Alfredo Buzaid que, além de ser o redator da Lei Fleury, selecionou letrados para escrever a favor da ditadura. Criminosos primários de bons antecedentes, residência fixa, etc., a partir de 1973 passaram a aguardar em liberdade os seus julgamentos. Nasceu aí a nossa impunidade.
Caro(a) leitor(a); em respeito à síntese não transcrevi toda a mensagem do Sr. general e nem expressei aqui tudo o que penso sobre ela. Que as suas reflexões ao ler este texto sejam dirigidas à própria consciência. Reflitamos: a nossa impunidade nascida no dia 23/11/1973 completará 40 anos...
(*) Presidente do Fórum Permanente dos Articulistas de Uberaba e Região; membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro