Assim se expressou Maria do Pilar Lacerda, secretária de Educação Básica
Assim se expressou Maria do Pilar Lacerda, secretária de Educação Básica do Ministério da Educação, em seu Twitter, sobre a decisão da presidente Dilma em vetar o material de combate à homofobia, que seria distribuído nas escolas públicas do ensino fundamental. Trevas mesmo. Estamos submetidos a um Ministério que crê que a responsabilidade de educar e de orientar os nossos filhos é unicamente do Estado. A família, com os seus preceitos e condutas morais, é jogada para baixo do tapete e, depois, querem cobrar dos pais a sua participação no processo educativo do filho. A função da escola deve ser clássica, sem se arvorar em temas que só dizem respeito à família.
Qualquer educador cônscio de suas atribuições jamais ensinaria o seu filho como manter uma relação sexual anal, ou afirmaria que ser bissexual é lindo, ou que a vida homoafetiva é prazerosa. Ele simplesmente faria uma pregação em nome da paz, da tolerância, combateria as discriminações étnicas e de gênero (da sexualidade), mas jamais partiria para a apologia do diferente, porque ser heterossexual é também ser diferente. Todos devem ser respeitados em sua natureza humana, em seus direitos individual e coletivo. Assim como o conjunto de normas que compõem o sistema deve ser cumprido.
A escola tem a responsabilidade de ensinar e de educar, combater a violência, a injustiça e todas as formas de mazela social. Devemos respeitar o outro porque é o outro, e não porque ele é isso ou aquilo. Vergonhoso o kit anti-homofóbico, em nada educa e só desgasta, ainda mais, as relações dentro do espaço escolar. A presidente Dilma vetou o kit não porque tem convicção que esse material não deve circular no ensino fundamental, mas porque a bancada evangélica ameaçou assinar a lista da CPI contra o Palocci. Portanto, trocaram o Palocci pela proibição ao kit.
Para engrossar ainda mais as trevas, o MEC liberou o livro Por uma Vida Melhor, distribuído a 5.000.000 estudantes da rede pública. Esse livro didático criminaliza a gramática, joga na lata de lixo o conhecimento e de uma forma perversa incentiva a escrever errado, ratificando, assim, a dominação sobre os segmentos menos privilegiados em nome de uma suposta libertação social. Somente estes teóricos que nada entendem de sala de aula, e que estão no poder, poderiam pensar dessa forma, porque eles falseiam uma educação libertária através de teoria que nem eles mesmos teriam coragem de aplicar aos seus filhos.
Como bem disse o doutor em Letras e autor de dezenas de livros, entre os quais a consagrada Moderna Gramática Portuguesa, Evanildo Bechara: “Alguns de meus colegas subvertem a lógica em nome de uma doutrina que só serve para tirar de crianças e jovens a chance de ascenderem socialmente”. É isso mesmo, a estratégia do MEC é justamente esta, são lobos travestidos de cordeiros a submeterem jovens e adolescentes à ignorância. Deixem a linguagem popular no coloquial do dia-a-dia, até que o despertar não mais o expresse. Deixem a linguagem da internet em seu ambiente. Mas misturar tudo e dizer que é correto é um atentado ao saber. Que os teóricos fiquem em suas academias e deixem os educadores trabalharem.
(*) Professor