Se não acontecer outro desastre de avião, parece que agora vamos realmente ter eleições. Tem candidato que anda de charrete ou de bicicleta, mas não é apenas medo, é também esperteza. Afinal o povão sabe que tem uma turma de candidatos profissionais, que repetem seu comportamento em todas as suas eleições. Zezeca, que jogava sinuca na venda do Ivaí – capital Veríssimo, dizia que era a turma do formigueiro – e explicava: aparece a eleição eles saem da sua moita política e se espalham em todos os terreiros de brasileiros desprevenidos. Já na saída do olho eles vem assustando e conhecendo a política e os cargos da nova eleição. Abraçam todos os conhecidos e desconhecidos da rua, oferecem seu trabalho, lembram a amizade anterior. Aqui em Minas Gerais, onde o Triângulo é considerado colônia, todos conhecem o caso daquele mineiro que veio aqui com seu amigo candidato, e durante o comício ficou abraçando o público. Cheio de vaselina eleitoral abraçou um Zezão do Abadião, “que saudade, meu velho amigo, vocês não me esquecem, companheiro...” Este nosso Zezão não era moleza, segurou o ombro do “velho amigo” e despejou voz alta e grossa: “que história de companheiro e velho amigo, siô! Nunca lhe vi, nem amigo ou prosa lereia, casca fora, vai cantar noutra freguesia...” Bem, de certa forma isto serve como aviso. Quase todos os candidatos estão gastando nota, tempo e imaginação nas ruas, conhecidos ou desconhecidos. Ignoro, mas não devem ser baratos os elementos da propaganda que vejo pelas ruas, e que como para outros amigos tem efeito negativo ou ignorante. Sem personalizar, penso nos candidatos que achavam o tal “gasoduto” uma mina de ouro para sua eleição. Deixei e publiquei – eu devia estar com hormônios irritados – um depósito para apostar “cem mil reais” como aquilo era apenas demonstração da demagogia mentirosa. Bem, o prazo para aposta era três meses... já passou em seis... Companheiros leitores, escrevo e falo sem raiva desta demagogia e falsidades do palco eleitoral. Penso, neste meu ocaso vivencial, que é tempo de chegarmos à maturidade de uma política construtiva e honesta. Na minha imaginação seria criado um “juiz de eleição” igual no futebol, cargo apolítico e bem pago. O candidato mentiu... ele pega um apito estilo berrante e avisa o mundo. É deveria ser bom... mas... o meu juiz seria aceito? Se ele aparecer com carro zero quilômetro, camisa importada, perfume francês... esmalte nos dedos... Bem, aí, na prosa do Din a vaca foi pro brejo!
